Constrangido, Mion diz que não é responsável pela decisão sobre Phellipe
Mauricio Stycer
29/09/2019 00h54
A pressão pela expulsão do ator Phellipe Haagensen da "Fazenda" deixou Marcos Mion em uma saia justa na noite de sábado (28). O apresentador do reality assistiu à edição em casa, fazendo comentários no Twitter, e se viu acuado pela fúria dos espectadores.
Na madrugada de sábado, Phellipe beijou Hariany sem pedir permissão. Desde então, as redes sociais foram tomadas por pedidos pela expulsão do ator. A decisão sobre o caso só será informada no programa deste domingo (29).
Sem se dar conta da gravidade da situação, Mion publicou uma mensagem no início do programa convidando o público a "pegar a pipoca" para assistir à edição. É algo que ele sempre diz, brincando com a ideia que as brigas e tretas do programa são uma diversão para quem assiste.
Neste caso, porém, causou tanta fúria que o apresentador apagou a mensagem. "Fui ler alguns comentários e fiquei consternado ao ver pessoas dizendo que eu mandei 'pegar pipoca pra assistir ao assédio'… Quem assiste ao programa sabe que eu falo isso todo dia! É pegar pipoca pra assistir AO PROGRAMA. Ridículo é eu ter que explicar isso! Logo eu…!?!?", escreveu.
"Óbvio que Twitter é terra de ninguém e as pessoas se mostram assustadoramente intolerantes e agressivas. Apaguei o tweet para não dar essa interpretação imaginária de quem tá com raiva da emissora, da situação ocorrida e vem descontar em mim", acrescentou.
Mion também se viu obrigado a esclarecer que não terá responsabilidade alguma pela decisão sobre o caso – a expulsão ou não de Phellipe.
"A todos fãs da Fazenda um lembrete: Eu não faço a edição do programa, não escolho as imagens e não sou diretor, sou apenas o apresentador. A MINHA OPINIÃO PESSOAL sobre o ocorrido é MUITO ÓBVIA para qualquer um que me segue, mas ela não cabe e não interessa ao programa", escreveu.
E acrescentou: "Não adianta me cobrar uma atitude ou decisão do que deveria ou vai acontecer NO PROGRAMA. Como falei no áudio que a direção me pediu para gravar: a decisão da EMISSORA, dona do programa, será anunciada, por mim, no programa de amanhã. E eu ainda não sei qual é."
É uma situação constrangedora. Não acho que seja bom para Mion dizer que não tem responsabilidade alguma sobre a decisão. Ora, se ele está à frente do programa, não pode se eximir, desta forma, pelo que vai ao ar. É ruim para a imagem do programa e, creio, para a Record. Era melhor não ter falado nada.
Acredito que o apresentador não tenha poder de decisão mesmo, mas se determinada situação vai contra a sua maneira de ver as coisas e o mundo, é melhor sair fora.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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