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“Nunca defendi nem Bolsonaro nem ninguém”, diz principal acionista da CNN

Mauricio Stycer

30/09/2019 11h49

O empresário Rubens Menin, que licenciou a marca CNN Brasil, enxerga o país "esfacelado" e acredita que só um projeto de "união nacional", com uma agenda mínima em comum, pode recolocar o Brasil no rumo do crescimento. Em longa entrevista a Ana Estela de Sousa Pinto, publicada nesta segunda-feira (30) na Folha, o empresário apresenta uma visão bastante cautelosa sobre a situação econômica e política.

Menin é sócio-fundador e presidente do conselho da MRV, do banco Inter, da Log Commercial Properties e da americana AHS.

A certa altura da conversa, Menin é questionado sobre o seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que ele nega, e por conta própria fala da CNN, dizendo que a emissora não será "chapa-branca", ou defensora do governo. Na sequência, Ana Estela questiona o empresário sobre as razões que o levaram a investir em televisão – e ele responde evocando a responsabilidade social da imprensa. Veja abaixo.

Folha – O sr. é apontado como defensor do presidente Jair Bolsonaro.
Rubens Menin – É só me mostrar onde. Nunca defendi nem ele nem ninguém. As pessoas são gozadas. Falam que a CNN vai ser uma TV chapa-branca… Procuro me policiar muito nisso. Às vezes é importante falar do que é bom. Mas daí a ficar enaltecendo muito as coisas, não quero, não.

O investimento na CNN não deixa também de ser uma atuação política. Por que investir em TV? 
Não é TV; vamos chamar de imprensa? Imprensa é uma ferramenta de educação da sociedade. Precisa se reinventar e investir em gente. Voltar a ter um papel de mais destaque e credibilidade na população, se quiser fazer esse papel de pacificação da sociedade, de união. E a gente não leva as coisas boas do Brasil para o mundo. Se a gente não levar, o mundo não vai querer vir para o Brasil.

A entrevista pode ser lida, na íntegra, aqui. Foto de Menin: Bruno Santos/Folhapress

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.