Novela “A Vida da Gente” segue arrastada e angustiante
Faltando pouco mais de um mês para seu término, a novela das seis da Globo, A Vida da Gente, passa por aquele momento conhecido no jargão novelístico como "barriga", ou seja, quando nada acontece na trama. Desde que Manuela flagrou Ana com Rodrigo, rompeu com os dois e partiu para Florianópolis, que a novela entrou num círculo vicioso e cansativo de "DRs" (discussões de relação), em que os personagens desabafam com seus respectivos pares ou "amigos-orelha", mas nunca chegando a alguma conclusão concreta, o que intensifica a sensação de "embromation".
Até tem acontecido bastante coisa na novela nas últimas semanas: Eva, Marcos e Renato perderam seus respectivos empregos, Lui morreu, Laudelino começou uma terapia, Aurélia deu um chega pra lá no Seu Wilson, Iná está na iminência de perder o local para seus bailes de terceira idade, etc. Mas o clima de sofrimento que a novela instaurou, sem ao menos um bom refresco cômico, a torna pesada e arrastada.
Essa fase reflexiva e lacrimosa da trama só vem justificar a alcunha que A Vida da Gente recebeu do Ministério da Justiça: a de novela angustiante. Na última semana houve a morte de Lui, o que fez com que seu filho, o garoto Francisco, fosse transferido para a casa de um avô indócil. Como se não bastasse o menino ter perdido o pai, ainda vai levar uma vida de cão com o avô carrasco – é ou não é sofrimento demais?
Manu, quando aparece, é um pote até aqui de mágoa. Ana, por sua vez, se convenceu que é impossível lutar pelo amor filial de Júlia, quando a menina prefere Manu, e, por conta disso, rompeu com Rodrigo – claro, depois de muitas lágrimas e consultas com a amiga-orelha Alice. E ainda recebemos a notícia de que Júlia será diagnosticada com leucemia nas próximas semanas.
Você não acha que Lícia Manzo está pegando pesado demais em sua angustiante novela?
Deus nos livre a vida da gente ser assim, arrastada, triste e sofrida!
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