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Mistérios de Aguinaldo Silva alavancam Ibope de suas novelas; relembre alguns

Nilson Xavier

03/02/2012 15h12

No capítulo de Fina Estampa de 02/02/2012, o tão esperado segredo de Tereza Cristina (Christiane Torloni) foi revelado para sua família. Ela era, na realidade, filha de uma empregada (Carlota Valdez), que morreu louca num hospício. Mas este segredo envolve outros mistérios, que serão revelados apenas no final da novela.

Aguinaldo Silva já usara esse desfecho em sua novela Senhora do Destino (2005/2005), onde o prepotente Leonardo, personagem de Wolf Maya, acreditava ser filho de um aristocrata (o Barão Pedro, vivido por Raul Cortez), mas revela-se que ele era filho do mordomo da família com uma cozinheira da casa onde cresceu.

Independente da trama requentada, Aguinaldo Silva geralmente acerta nos segredos e mistérios que apresenta em suas novelas, pois eles viram sucesso. O suspense de um mistério aguça a curiosidade do telespectador. E o autor tem usado esse subterfúgio em sua obra com bastante frequência.

Na trama da novela O Outro (1987), os personagens – e o público – queriam saber a identidade do Perfumado, um tarado que atacava as mulheres seduzidas por seu perfume. O mistério foi mantido até o final, quando se descobriu a identidade do homem: era Gato (Milton Rodrigues), o dono do bar frequentado pelos personagens da novela.

Já em Tieta (1989/1990), os homens de Santana do Agreste eram as vítimas. Nas noites de lua-cheia, eles corriam o risco de encontrarem a misteriosa Mulher de Branco, uma espécie de assombração que abusava sexualmente de barbados indefesos. Depois de várias vítimas, a identidade da figura veio à tona: Laura (Cláudia Alencar), a fogosa esposa do Comandante Dário (Flávio Galvão).

Ainda em Tieta, outro mistério chamou a atenção do público. A vilã Perpétua (Joana Fomm) agarrava-se a uma misteriosa caixa escondida em seu guarda-roupa. O segredo do conteúdo da caixa foi desvendado ao final: ficou subentendido que – para matar as saudades do falecido marido – Perpétua guardava, embalsamado, o órgão genital do defunto.

Em Pedra Sobre Pedra (1992), o "retratista" Jorge Tadeu (Fábio Jr.) foi morto a tiros. Para a alegria das mulheres seduzidas por ele na novela, o fotógrafo retornava em espírito. O mistério deste "quem matou" fez sucesso na época. Ao final descobre-se que ele foi morto pela beata Gioconda Pontes (Eloísa Mafalda). O fotógrafo havia descoberto que ela roubava objetos sacros de valor da igreja e os substituía por réplicas falsas. Jorge Tadeu flagrou a ladra roubando e bateu uma foto. Gioconda, que já o odiava por causa de seu envolvimento com a filha Úrsula (Andrea Beltrão), resolveu livrar-se dele para não ser denunciada. Desmascarada, a beata se fez de louca para não ir para a cadeia, e foi internada num hospício.

Em A Indomada (1997), mais um mistério envolvendo ataques sexuais. Dessa vez, as mulheres de Greenville eram as vítimas de um tarado nas noites de lua-cheia. A figura ficou conhecida como o Cadeirudo, por sua silhueta estranha e andar peculiar. Para o espanto de todos, o Cadeirudo era uma mulher: a beata Lurdes Maria (Sônia de Paula).

Em Suave Veneno (1999), os personagens estavam interessados em saber a identidade do assassino da advogada Clarisse Ribeiro (Patrícia França), morta por causa de valiosos diamantes que ela havia roubado. Ao final, o assassino da advogada é revelado. Augusto Ivan (Tarcísio Filho) sabia que Clarisse tinha os diamantes e tentou extorqui-la. Como não conseguiu, matou a moça. Ao ser desmascarado, tentou fugir e acabou morrendo atropelado durante a fuga. Vários personagens da novela se preocuparam então em descobrir onde estavam os tais diamantes.

Para finalizar, Aguinaldo – mais uma vez requentando tramas – apresentou em Duas Caras (2007/2008) outro tarado misterioso que atacava mulheres indefesas: o Sufocador. Geraldo Peixeiro (Wolf Maya) era a identidade do meliante, descoberta no final da novela.

 

 

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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