Mistérios de Aguinaldo Silva alavancam Ibope de suas novelas; relembre alguns
Nilson Xavier
03/02/2012 15h12
No capítulo de Fina Estampa de 02/02/2012, o tão esperado segredo de Tereza Cristina (Christiane Torloni) foi revelado para sua família. Ela era, na realidade, filha de uma empregada (Carlota Valdez), que morreu louca num hospício. Mas este segredo envolve outros mistérios, que serão revelados apenas no final da novela.
Aguinaldo Silva já usara esse desfecho em sua novela Senhora do Destino (2005/2005), onde o prepotente Leonardo, personagem de Wolf Maya, acreditava ser filho de um aristocrata (o Barão Pedro, vivido por Raul Cortez), mas revela-se que ele era filho do mordomo da família com uma cozinheira da casa onde cresceu.
Independente da trama requentada, Aguinaldo Silva geralmente acerta nos segredos e mistérios que apresenta em suas novelas, pois eles viram sucesso. O suspense de um mistério aguça a curiosidade do telespectador. E o autor tem usado esse subterfúgio em sua obra com bastante frequência.
Ainda em Tieta, outro mistério chamou a atenção do público. A vilã Perpétua (Joana Fomm) agarrava-se a uma misteriosa caixa escondida em seu guarda-roupa. O segredo do conteúdo da caixa foi desvendado ao final: ficou subentendido que – para matar as saudades do falecido marido – Perpétua guardava, embalsamado, o órgão genital do defunto.
Em A Indomada (1997), mais um mistério envolvendo ataques sexuais. Dessa vez, as mulheres de Greenville eram as vítimas de um tarado nas noites de lua-cheia. A figura ficou conhecida como o Cadeirudo, por sua silhueta estranha e andar peculiar. Para o espanto de todos, o Cadeirudo era uma mulher: a beata Lurdes Maria (Sônia de Paula).
Para finalizar, Aguinaldo – mais uma vez requentando tramas – apresentou em Duas Caras (2007/2008) outro tarado misterioso que atacava mulheres indefesas: o Sufocador. Geraldo Peixeiro (Wolf Maya) era a identidade do meliante, descoberta no final da novela.
Sobre o autor
Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.
Sobre o blog
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.