“Aquele Beijo”: Maruschka deixa de ser vilã mas não perde a graça
Qual o melhor fim para um vilão de novela? A morte? A cadeia? A loucura? A impunidade? A regeneração?
Em Aquele Beijo, a vilã Maruschka Lemos de Sá – pérfida e arrogante, mas espirituosa e engraçada – teve o desfecho, digamos, mais fácil, dramaturgicamente falando: uma repentina regeneração. Do nada, depois de perder sua loja de luxo, a Comprare, Maruschka assumiu a sua condição de pobre e tornou-se, de uma hora para outra, Dona Maria – como ela pede para ser chamada agora – uma pessoa agradável, simpática e até boa, contradizendo todo o seu discurso anterior e a posição de maléfica-mor da trama.
Por mais que novela seja ficção, mudar o perfil de um vilão, transformando-o em bom de uma hora para outra, é sempre um entrecho desanimador, um banho de água fria, principalmente quando o vilão é bom. A não ser que Miguel Falabella tenha uma boa carta na manga para Maruschka nessa reta final da novela, e tudo não passe de uma encenação da personagem.
Mas Maruschka não deixou de ser engraçada. Miguel Falabella aproveita bem a verve cômica de Marília Pêra, que faz a personagem render ótimas cenas, mesmo boa e regenerada. E só por isso, a repentina mudança de perfil de Maruschka é perdoável.
Em tempo: este entrecho lembra uma antiga personagem de sucesso de Marília Pêra: Rafaela Alvaray, de Brega e Chique – novela de Cassiano Gabus Mendes, de 1987 -, uma socialite afetada que, falida, é obrigada a se mudar para uma vila e tem que se acostumar com sua nova condição de pobre. A única diferença com Maruschka é que Rafaela não era vilã.
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