Relembre as crianças maltratadas das novelas
Nilson Xavier
08/04/2012 02h16
Durante mais de uma semana, no ar em Avenida Brasil, a garotinha Mel Maia comoveu o país pela sua atuação na novela e pelo drama de sua personagem, a menina Rita, que foi abandonada num lixão pela madrasta má (Carminha de Adriana Esteves). Personagens mirins que sofrem maus tratos são recorrentes em novelas, há muito tempo, e sempre com garantia de sucesso.
Houve uma época em que melodramas envolvendo crianças maltratadas por adultos virou moda em nossa televisão. Tudo começou com o estrondoso sucesso de A Pequena Órfã, novela escrita por Teixeira Filho e Carmem Lídia, apresentada pela TV Excelsior entre 1968 e 1969. Na trama, a menina Toquinho (interpretada por Patrícia Aires, filha do ator Percy Aires) vivia no orfanato da megera Elza (Riva Nimitz), uma mulher desajeitada no trato com as crianças, ambiciosa e encrenqueira. Toquinho encontrava amparo e proteção nos braços do bondoso Velho Gui, vivido por Dionísio Azevedo.
O sucesso de A Pequena Órfã desencadeou na época uma série de novelas com crianças carentes, abandonadas e desprezadas: Sozinho no Mundo (Tupi
A trama da menina maltratada pela dona do orfanato e amparada por um velhinho bondoso retornou na TV em duas novelas: Sonho Meu (Globo, 1993-1994), com Carolina Pavanelli, Nívea Maria e Elias Gleizer; e Prova de Amor (Record, 2005-2006), com Júlia Magessi, Vanessa Gerbelli e Rogério Fróes.
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Sobre o autor
Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.
Sobre o blog
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.