Perto do fim, “Amor Eterno Amor” começa a dar sinais de agilidade na trama
Faltando pouco menos de um mês para seu término, Amor Eterno Amor – o folhetim das seis da Globo – começa a dar sinais de alguma agilidade para fechar suas histórias. Agilidade esta que faltou ao longo de seus cinco meses de apresentação.
A trama de Elizabeh Jhin arrastou-se por esse tempo todo sem se preocupar com grandes viradas ou ganchos bombásticos. A história resumiu-se à procura de Rodrigo (Gabriel Braga Nunes) por sua amada de infância, Elisa, que acabou arremessada em sua vida por uma armação da vilã Melissa (Cássia Kis Magro) – ela providenciou uma falsa Elisa (Mayana Neiva) para engabelar o rapaz. E, no final das contas, Elisa esteve sempre ao seu lado: era a mocinha Míriam (Letícia Persiles), reencarnação da menina da infância de Rodrigo – que na verdade era o espírito de uma criança que lhe fazia companhia.
Espiritualismo demais e folhetim de menos
A autora já tentara a fórmula "trama folhetinesca + espiritualismo" em sua novela anterior, Escrito nas Estrelas, de 2010. Desta vez, Jhin inverteu a ordem: Amor Eterno Amor foi uma trama espiritual por excelência, em que o folhetim acabou ficando em segundo plano. Talvez aí a explicação para a maior repercussão de Escrito nas Estrelas quando comparada com Amor Eterno Amor.
Desta vez, a autora foi mais longe no espiritualismo: impôs uma doutrina em detrimento à história romântica – e, consequentemente, acabou por cair no didatismo. Ivani Ribeiro, em sua A Viagem (Tupi, 1975-1976 / Globo, 1994) – um marco espiritualista da nossa teledramaturgia – teve a cautela de primeiro fisgar o público pela história folhetinesca para, aos poucos, inserir a doutrina kardecista na trama.
Elizabeth Jhin soube fazer isso muito bem em Escrito nas Estrelas, mas pecou ao inverter a ordem dos fatores em Amor Eterno Amor – que só não naufragou no marasmo por conta da ótima produção e direção e do talento de alguns atores do elenco, como Cássia Kis Magro e Osmar Prado.
Impor uma doutrina espiritualista afugenta quem não está muito disposto a ser doutrinado. A não ser quando o bônus é uma história realmente cativante.
Saiba mais sobre Amor Eterno Amor no site Teledramaturgia.
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