Muita choradeira na novela das seis da Globo, "Flor do Caribe". Não fosse o ótimo elenco, bem dirigido, e o bom texto de Walther Negrão, a trama cairia no melodrama fácil. "Flor do Caribe" trafega livremente pelas emoções humanas sem parecer piegas, e este é o seu diferencial.

Já mencionei AQUI a ótima performance da dupla Luiz Carlos Vasconcelos e Cyria Coentro, em cenas bonitas e emocionantes. Cito também Laura Cardoso e Juca de Oliveira, atores tarimbados, de talento reconhecido, que sempre vale a pena reverenciar. Mas outra dupla tem chamado a atenção na novela das seis: Igor Rickli e Cláudia Netto, até então, não tão conhecidos para o grande público.

As cenas em que o vilão Alberto entra em crise e é amparado pela mãe Guiomar são emocionantes e dignas de elogios: bem escritas, bem dirigidas e, acima de tudo, bem interpretadas. Interessantes pelo entrecho (mãe e filho têm uma relação conturbada) e belas pela representação final.

Um complexo de Édipo mal resolvido

Ígor chegou a ser criticado no início da novela, mas hoje carrega seu personagem Alberto com total domínio e consegue fazer dele um dos mais interessantes da história. Quando fragilizado, Alberto deixa de ser o contumaz mau caráter, rancoroso com a mãe, e revela-se mais humano, digno de pena.

Guiomar, por sua vez, passa verdade como a abnegada mãe que luta pela doença do filho, deixando de lado toda a futilidade que lhe é característica. As cenas em que Alberto termina no piano, a pedido de Guiomar, fecham com chave de ouro a cumplicidade torta entre os dois. O instrumento musical lhe aquieta a alma. A mãe sabe como ninar o seu filho.

Saiba mais sobre "Flor do Caribe" no site Teledramaturgia.