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Veja como “Amor à Vida” e “Joia Rara” têm tramas muito parecidas

Nilson Xavier

01/01/2014 10h03

Antônio Fagundes (César Khoury) e Mateus Solano (Félix) em

Antônio Fagundes (César Khoury) e Mateus Solano (Félix) em "Amor à Vida" (Foto: Divulgação/TV Globo)

O seguidor Henrique Guzella me chamou a atenção no Twitter para uma curiosidade envolvendo os folhetins da Globo "Joia Rara", das seis horas, e "Amor à Vida", das nove. Já percebeu como as tramas centrais dessas novelas são parecidas?

Ernest Hauser (José de Abreu em "Joia Rara"), assim como César Khoury (Antônio Fagundes em "Amor à Vida"), são empresários poderosos, controladores e arrogantes. Ernest é dono de uma joalheria – daí o título da novela, "Joia Rara". E César, dono de um hospital – daí o título "Amor à Vida".

Sim, eu sei que não é exclusivamente pela joalheria que a novela se chama "Joia Rara", mas por causa da menina que é a reencarnação de um mestre budista. Mas de "Joia Rara" para uma joalheria, a relação é óbvia. Assim como "Amor à Vida" – que é um título bastante abrangente – para o hospital da história.

Manfred (Carmo Dalla Vecchia), filho bastardo de Ernest, e Félix (Mateus Solano), filho de César, são filhos rejeitados pelos seus pais, mas com uma forte ligação com suas mães – Manfred com Gertrude (Ana Lúcia Torre) e Félix com Pilar (Susana Vieira). Os filhos lutam para serem amados e reconhecidos por seus respectivos pais ausentes.

"Amor à Vida" está bem mais adiantada que "Joia Rara", então vamos desconsiderar que Félix deixou de ser vilão e regenerou-se, e vamos nos ater ao início de "Amor à Vida" e sua trama original.

Tanto Manfred quanto Félix são vilões obcecados pelo poder, capazes de tudo para se apoderarem do negócio de suas famílias. Ambos trabalhavam nas empresas e superfaturavam a compra de materiais através de contratos fraudulentos. Ou seja, Manfred e Félix roubavam dentro das empresas. Manfred sempre quis a presidência da joalheria, e conseguiu, destituindo seu pai. Ernest, do cargo. Igualzinho a Félix, que também chegou a tomar o hospital das mãos de César.

José de Abreu (Ernest Hauser) e Carmo Dalla Vecchia (Manfred) em

José de Abreu (Ernest Hauser) e Carmo Dalla Vecchia (Manfred) em "Joia Rara" (Foto: Divulgação/TV Globo)

Ernest Hauser e César Khoury têm seus filhos prediletos: Franz Hauser (Bruno Gagliasso) e Paloma Khoury (Paolla Oliveira), o que enchia de inveja seus respectivos irmãos malvados, Manfred e Félix, que fizeram o possível para se apossar das heranças deles. Franz e Paloma se casaram com pessoas de classe social inferior, a contragosto de seus pais: Franz casou-se com Amélia (Bianca Bin) e Paloma casou-se com Bruno (Malvino Salvador). Ambos os casais tiveram uma filha: Pérola (Mel Maia em "Joia Rara") e Paulinha (Klara Castanho em "Amor à Vida") – ainda que Paulinha não seja filha biológica de Bruno. Parentes de Bruno (mãe e irmão) trabalham no hospital dos Khoury, enquanto o irmão de Amélia trabalhava na joalheria da família Hauser.

Ernest e César escondem mistérios nebulosos que causaram tragédias no passado. Por causa desses acontecimentos, as belas Silvia (Nathalia Dill em "Joia Rara") e Aline (Vanessa Giácomo em "Amor à Vida") se infiltraram nas famílias Hauser e Khoury, atrás da máscara de boas moças, com o objetivo de vingar seus algozes. Silvia quer vingança pela morte de seu pai, cujo responsável foi Ernest – ela chegou a casar-se com Franz para entrar para a família Hauser. E Aline quer vingar a morte da mãe e responsabiliza César – por isso o seduziu e casou-se com ele.

Vale lembrar que a dupla Thelma Guedes e Duca Rachid (as autoras de "Joia Rara") e Walcyr Carrasco (autor de "Amor à Vida"), já trabalharam juntos. Elas foram colaboradoras dele em algumas de suas novelas ("O Cravo e a Rosa", "A Padroeira", "Chocolate com Pímenta", "Alma Gêmea"). E ele supervisionou a primeira novela solo da dupla, "O Profeta" (também escrita com Júlio Fischer).

COMENTE: Você consegue ver mais semelhanças entre "Amor à Vida" e "Joia Rara"?

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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