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“Além do Horizonte” melhora à medida que sua trama se revela mais objetiva

Nilson Xavier

10/01/2014 13h40

Mariana Rios (Celina) e Marcello Novaes (Kleber) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Mariana Rios (Celina) e Marcello Novaes (Kleber) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Dá uma olhada em "Além do Horizonte". A novela – já chamada de "o maior fracasso da história entre as novelas das sete da Globo" – melhorou bastante de umas semanas para cá. Está mais digerível, suas tramas descem melhor, parece mais redonda. Parece que encontrou seu rumo.

Esqueça um pouco o núcleo "em busca da felicidade", o do Grupo incrustado no meio da selva, repleto de mistérios e segredos. Preste atenção nas tramas paralelas. Que você verá uma Carolina Ferraz muito à vontade na pele da irônica vilã Tereza, sempre com um bom texto na ponta da língua. Mire os olhos para o núcleo de Tapiré e seus tipos humanos. Mariana Rios, em seu melhor momento na TV, convence como a professora idealista Celina. E quando se junta ao pequeno JP Rufino – o garoto Nilson – fica melhor ainda.

Marcello Novaes manda super bem como Kleber, um mau caráter cheio de incertezas, o que o torna um vilão mais humano. E divirta-se com as irmãs Ana Selma (Luciana Paes) e Ana Rita (Mariana Xavier), uma dupla sensacional! Fora esses personagens, carismáticos e bem delineados, tem uma produção caprichada, uma direção certeira, um texto bem escrito e uma trilha sonora bacana.

Citei alguns motivos para dar uma chance para a novela das sete da Globo. É claro que tem coisas que não descem. Apostar em algo tão subjetivo como a felicidade, só podia arrancar uma audiência subjetiva. A novela melhora à medida que o tal grupo que promete a felicidade vai revelando seus interesses bastante concretos e objetivos.

Reveladas as reais intenções do núcleo "Lili/Alice (Juliana Paiva) no País das Maravilhas", sobra a Fera que aterroriza Tapiré a preencher a cota subjetividade da novela – que é bem provável não ser tão subjetiva assim.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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