“Em Família” levou quatro capítulos para começar
"Em Família" estreou na segunda-feira (03/02), mas só teve seu primeiro capítulo de impacto na sexta, (07/02). Logo nos dois primeiros capítulos – e diante de uma audiência abaixo da esperada -, os viúvos de "Avenida Brasil", "Salve Jorge" e "Amor à Vida" reclamaram que a trama de Manoel Carlos estava muito lenta.
Todos sabem que Maneco é um "cronista do cotidiano na televisão", que "escreve na velocidade dos acontecimentos". "Viver a Vida", seu último trabalho (de 2009), foi muito criticado pela lentidão. Mas foi a única. Não me lembro de reclamarem que "Por Amor" (1997-1998), "Laços de Família" (2000-2001) ou "Mulheres Apaixonadas" (2003) tenham sido "lentas". Olha que, exigir "agilidade" de Maneco logo no primeiro capítulo, é muita expectativa.
Claro que o cenário da televisão em 1997, ou 2000, ou 2003, era muito diferente do atual. Mas nem é o caso de se criticar a novela pela falta de agilidade. Tampouco criticar quem clama por mais agilidade em nossos folhetins. Hoje em dia, têm-se muito mais opções para se distrair na hora da novela do que ficar passível na frente da TV. Talvez isso explique a gradativa queda na audiência dos folhetins (vide ainda as tramas das seis e das sete horas, e as do SBT e Record). Sim, a televisão precisa se ajustar às exigências desses novos cenários.
Mas discordo de quem reclama que "Em Família" esteve lenta nos primeiros dias. Muita coisa aconteceu, mas tudo pela apresentação da história e personagens, e para justificar os capítulos "ágeis" de sexta e sábado – em que o casamento de Helena e Laerte não aconteceu, porque Virgílio foi enterrado por Laerte. Pena que esses capítulos foram ao ar em dias em que, tradicionalmente, a audiência cai.
O Ibope dos quatro primeiros dias foi o menor da estreia de uma novela no horário nobre da Globo – 33, 29, 29 e 30 pontos na Grande São Paulo. Diante desta situação, a Globo mexeu os pauzinhos para adiantar a história. E os ajustes fizeram efeito. Agora todos já conhecem bem os personagens e temos embasamento para uma boa saga pelos próximos sete, oito meses.
Já sabemos que Helena é uma moça decidida e voluntariosa. E muito bem interpretada por Bruna Marquezine, ótima no papel. Outro que manda bem é o garoto Guilherme Leicam, como o psicopata Laerte (sim, Laerte tem um quê de psicopata). A ponta derradeira desse triângulo é Virgílio (Nando Rodrigues), o apaixonado com cara de cachorro que caiu da mudança. Impossível não torcer por ele e Helena, principalmente depois de o rapaz ter sido vítima do destempero de Laerte.
O público até pode torcer o nariz para o elenco de muitos desconhecidos (vários deles jovens), e para a ausência de medalhões na novela. Mas isso em nada compromete a produção. Até agora, tiveram grande destaque a já elogiada nessa coluna (pela sua atuação na novela "Flor do Caribe") Cyria Coentro (como Maria, mãe de Virgílio), Juliana Araripe (Chica, mãe de Helena), Camila Raffantti (Selma, mãe de Laerte) e Alice Wegmann (Shirley na segunda fase).
A novela de Maneco está apenas começando. Já é hora de enterrar Félix e dar lugar para a Fênix da nova história.
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