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Público tem acesso fácil à maioria das atrações do “Luz Câmera 50 Anos”

Nilson Xavier

06/01/2015 10h24

Tânia Alves e Nelson Xavier em

"Lampião e Maria Bonita" é a única das atrações que não tem em DVD e não foi reprisada no Viva (Foto: Divulgação/TV Globo)

A Globo exibe, a partir desta terça-feira (06/01), depois da novela "Império", a série "Luz Câmera 50 Anos", como parte da programação comemorativa do Cinquentenário da emissora. Foram escolhidas doze atrações, entre minisséries e séries, transformadas em telefilmes, de duas horas de duração em média, para serem exibidas por três semanas em janeiro. Uma ação conjunta entre as áreas de Entretenimento, que produziu os programas, e Programação, que os editou.

Em sua primeira semana, o "Luz Câmera 50 Anos" apresenta "O Canto da Sereia" (minissérie de 2013), "O Pagador de Promessas" (minissérie de 1988), "Força Tarefa" (a primeira temporada da série, de 2009), e "Maysa – Quando Fala o Coração" (minissérie de 2009). Nas duas últimas semanas, serão exibidos "Presença de Anita" (minissérie de 2001), "As Noivas de Copacabana" (minissérie de 1992), "Lampião e Maria Bonita", (a primeira minissérie produzida pela Globo, em 1982), "Ó Paí Ó" (a primeira temporada da série, de 2008), "Dercy de Verdade" (minissérie de 2012), "A Teia" (série exibida há exatamente um ano), "Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor" (minissérie de 2010) e "Anos Dourados" (minissérie de 1986).

É antiga essa prática de reprisar programas que marcaram a história da Globo, de forma condensada, em comemoração ao aniversário da emissora. Eram chamados de Festival + números de anos da Globo. Em 1980, durante o "Festival 15 Anos", foram exibidas – entre outras atrações – novelas de sucesso compactadas em duas horas: "Irmãos Coragem" (1970-1971), "Pecado Capital" (1975-1976), "O Astro" (1977-1978), "Dancin´ Days" (1978), "Escalada" (1975), "Pai Herói" (1979), "O Bem Amado" (1973), "Anjo Mau" (1976), "Gabriela" (1975), "Selva de Pedra" (1972) e "Locomotivas" (1977).

Em 1990, o "Festival 25 Anos" reexibiu, à tarde, além de minisséries, os compactos das novelas "Irmãos Coragem" (1970-1971) e "Escrava Isaura" (1976-1977). Em 1995, o "Festival 30 Anos" – que também reprisou minisséries – apresentou episódios das séries "Malu Mulher" (1979-1980), "Carga Pesada" (1979-1980), "Plantão de Polícia" (1979-1980), "Obrigado Doutor" (1981), "Amizade Colorida" (1981) e "O Bem Amado" (1980-1984). Também vale citar a excelente série de documentários "TV Ano 50 – Globo 35 Anos", de 2000, em que a Globo se homenageava por seus 35 anos e comemorava, também, os 50 anos da TV no Brasil.

José Mayer e Denise Milfont em

"O Pagador de Promessas" nunca foi reprisada no Viva, mas tem em DVD (Foto: Divulgação/TV Globo)

Após esta pequena retrospectiva histórica, uma pequena reflexão – sem entrar no mérito do quanto uma edição de duas horas pode mutilar uma obra de dez ou trinta capítulos/episódios.

"O Canto da Sereia", exibida há dois anos (ainda fresca na memória), está disponível em DVD. "A Teia" foi ao ar há um ano. "Dalva e Herivelto" e "Dercy de Verdade" – também muito recentes e em DVD. Quase todas as demais atrações do "Luz Câmera 50 Anos" estão à venda nas lojas e já foram reprisadas pelo canal Viva, nos últimos quatro anos. Apenas "O Pagador de Promessas" tem em DVD e não foi reprisada no Viva. "Lampião e Maria Bonita" – justamente a mais antiga das atrações, de 1982 – é a única que não foi lançada em DVD e nem reprisada pelo Viva.

Na época em que a Globo ainda não comercializava suas produções (em DVD), o máximo de contato que o público tinha com o acervo da emissora era nas reprises do "Vale a Pena Ver de Novo" e nessas ocasiões comemorativas, de "Festival 15, 20, 25, 30 Anos". Ou através do mercado negro, de gravações caseiras de fitas VHS. Hoje em dia, o público tem acesso fácil à maioria desses títulos escolhidos para o "Luz Câmera 50 Anos". Com a fartura de possibilidades on demand (seja para compra ou para assistir na Internet, no site da Globo ou no Youtube), umas atrações mais antigas e ainda não disponíveis ao grande público representariam melhor o passado de dramaturgia da Globo, justificando assim a comemoração.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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