Falta testosterona a “Sete Vidas”
O que seria da novela "Sete Vidas" não fossem as DRs (discussões de relação), as sessões de terapia camufladas nos diálogos e as personagens femininas fortes e dominadoras em contraponto com personagens masculinos fracos e dominados?
Desde "A Vida da Gente" (2011-2012), o último trabalho de Lícia Manzo, este tem sido o norte da autora: conduzir a história proposta embasando-se em mulheres que questionam os homens amados, e estes representados apenas como meros receptores ou espectadores deste universo (melo)dramático feminino.
Faltando pouco menos de um mês para o término de "Sete Vidas", já é possível perceber que a trama não tem sustentação para mais tempo. "A Vida da Gente", tinha mais história para render, diferente da atual novela, em que seus dramas já estão quase todos fechados.
Isso não é uma crítica. "Sete Vidas" foi idealizada para contar uma história em um período de tempo menor (quatro meses), portanto, é mais enxuta. E fez bem a sua trajetória, com uma direção e produção de muito bom gosto e um texto inspirado, com foco nas relações humanas.
Mas as tramas de Lícia Manzo ainda carecem de personagens masculinos mais, digamos, fortes, assim como já são as mulheres de suas novelas. Seu mestre, Manoel Carlos, de quem herdou muitas características, também escrevia muito bem personagens femininas. Mas elas nunca sobrepujavam os masculinos.
Se "Sete Vidas" tivesse tido um tanto mais de testosterona (além da doação de sêmen, ponto de partida da história…), quem sabe essa relação ficasse melhor equilibrada. E assim, naturalmente, diminuiria a quantidade de DRs.
Leia também: Maurício Stycer – TOP 10 personagens masculinos mais vacilões de "Sete Vidas".
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