Produção caprichada e agilidade disfarçam didatismo em Liberdade Liberdade
Produção caprichadíssima a de "Liberdade Liberdade", a novela das onze da noite da Globo, estreia dessa segunda, 11/04, escrita por Mário Teixeira (de "I Love Paraisópolis") com direção artística de Vinícius Coimbra (de "Ligações Perigosas"). Chama a atenção por reproduzir um período poucas vezes visto em nossa Teledramaturgia – o século 18 nas Minas Gerais. A situação é outra mas impossível não lembrar duas produções clássicas da finada TV Manchete: "Dona Beija" (1986) e "Xica da Silva" (1996-1997) – principalmente Xica.
No curto primeiro capítulo, vimos um de nossos vultos históricos mais famosos, Tiradentes, vivido por Thiago Lacerda, conspirar, ser traído, preso, julgado e enforcado. O didatismo termina aí. A partir de terça, entram os personagens fictícios que dão lugar à aula de História do Brasil. Percebeu-se a segurança em cena de Letícia Sabatella, Mateus Solano, Marco Ricca e Lília Cabral. E da menina Mel Maia – surpreendente a cada trabalho -, como Joaquina, filha de Tiradentes, que dará continuidade à história.
A abertura de "Liberdade Liberdade" é bonita mas, por mais que as imagens tivessem sido produzidas em estúdio, não deixou de remeter às novelas mexicanas, famosas por usar takes de personagens ou cenas da produção para ilustrar suas aberturas.
Capítulo ágil e ao mesmo tempo preocupado em contextualizar a trama, ambientação e personagens. Algum didatismo e frases de efeito bem disfarçados pelo ritmo e produção esmerada. Saltam aos olhos a reconstituição de época, produção de arte, cenários e figurinos. Pelo visto nas chamadas, é uma produção com potencial.
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