Oscar 2017: Interpretação de Natalie Portman beira a caricatura, parece uma boneca de Jackie Kennedy
Nilson Xavier
07/02/2017 09h23
"Jackie" é um filme propositalmente difícil e angustiante. A excelente trilha sonora intensifica essa sensação. Os dois primeiros terços são arrastados e ele só ganha algum ritmo na reta final. O longa do chileno Pablo Larraín (de "No") retrata a perturbação de Jacqueline Kennedy (Natalie Portman) após o assassinato do marido, o ex-presidente dos EUA John F. Kennedy – ela estava ao seu lado quando ele foi baleado na cabeça durante um desfile em carro aberto, em Dallas, em 1963.
O filme pinta Jackie Kennedy como uma mulher dúbia e paradoxal. Ela mescla momentos de emoção com rispidez, frieza e ironia durante a entrevista que narra o filme; é falsamente deslumbrada no vídeo que gravou para a TV apresentando a Casa Branca (antes da tragédia); e extremamente perturbada nos momentos após o assassinato até o funeral do presidente (a maior parte da ação). Mas Jackie se desarma no diálogo com o padre (vivido pelo recém falecido John Hurt) – é quando ouve algumas verdades.
3 indicações: atriz (Natalie Portman), trilha original e figurino.
Sobre o autor
Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.
Sobre o blog
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.