“Novo Mundo”: Assédio de Dom Pedro contra Anna remete ao caso José Mayer
Em uma semana em que se falou tanto sobre assédio, tema motivado pela repercussão do caso José Mayer (leia AQUI), a novela "Novo Mundo", curiosa e coincidentemente, está exibindo um entrecho sobre a questão, envolvendo a heroína Anna Millman (Isabelle Drummond) e o personagem real Dom Pedro (Caio Castro), que assedia a jovem insistentemente.
Anna tem se revelado uma mocinha clássica de folhetim. Apesar de já demonstrado, em algumas situações, uma personalidade forte, a moça tem servido apenas de joguete nas mãos de personagens masculinos inescrupulosos. Ao ser afastada de seu amor, Joaquim (Chay Suede), Anna ficou à mercê de Dom Pedro e do vilão Thomas (Gabriel Braga Nunes), que deseja desposá-la custe o que custar.
Apesar de não ter cedido ao cerco de Pedro, Anna fraquejou ao não denunciar o príncipe à mulher, Leopoldina (Letícia Colin) – o que vai na contramão do que se discute em nossa realidade atual. De certa forma, Anna reflete o caso de muitas mulheres em posições hierárquicas inferiores aos seus assediadores. Ela, uma súdita de sua alteza, teme pelo que possa lhe acontecer.
Qual a saída da personagem para fugir de seu algoz? Inventou um namoro de fachada com Thomas, que ela pensa ser seu amigo. Mas Pedro continuará usando de seu poder e influência para conseguir o que deseja. Ele não desistirá tão fácil. Seu próximo passo será afastar Thomas de Anna – como Thomas fez com Joaquim, diga-se de passagem.
O Dom Pedro da História tem fama de conquistador. O da novela, igualmente, parece não ter outros afazeres a não ser correr atrás de rabos-de-saia. Mesmo casado com Leopoldina, o homem "não se emenda" (citando Letícia Sabatella). Foi também assim retratado na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002), na qual o personagem era defendido por Marcos Pasquim.
É do senso comum referir-se a Dom Pedro como um "conquistador", haja vista sua fama de homem com muitas amantes e filhos fora do casamento. Em dias atuais, esse adjetivo pode ganhar novas dimensões. Afinal, qual a linha que separa o conquistador do assediador? O consentimento da outra parte – quando ele de fato existir.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.