A supersérie “Os Dias Eram Assim” não passa de um novelão
É uma supersérie. Mas é uma novela.
Foi um capítulo de novela o que se viu na estreia de "Os Dias Eram Assim", nessa segunda, 17/04. E parece que temos um novelão pela frente, com todos os clichês do gênero. A trama central não passa de um "Romeu e Julieta" ambientado nos Anos de Chumbo, com famílias de ideais opostos que são contra o romance dos jovens Renato e Alice (Renato Góes e Sophie Charlotte).
As autoras já deixaram claro na estreia: o vilão é a Ditadura. À primeira vista, num sentido mais direcionado, através dos personagens de Antônio Calloni e Daniel de Oliveira, traçados com uma carregada dose de maniqueísmo. Por ganância, poder e intolerância, eles farão de tudo para impedir o amor puro do casal central. Folhetim na veia.
LEIA AQUI Por que a Globo anuncia "Os Dias Eram Assim" como uma "supersérie"?
O período retratado (os Anos de Chumbo) não é novidade na nossa Teledramaturgia. A primeira lembrança é a minissérie "Anos Rebeldes" (1992), cuja trama se inicia logo após o Golpe de 1964. Nesta, os protagonistas foram separados, não por suas famílias, mas por seus próprios ideais de vida, incompatíveis. O mesmo ponto de partida iniciou a novela "Amor e Revolução", do SBT (2011), com o romance entre uma líder do movimento estudantil e um jovem militar. "Os Dias Eram Assim" avança até 1984, com a campanha das Diretas Já – também já retratada, na minissérie "Decadência" (1995).
O roteiro é assinado por Ângela Chaves e Alessandra Poggi, estreantes como autoras titulares. Ângela fez parte da equipe do "Você Decide" (1997) e colaborou nas novelas "Celebridade", "Páginas da Vida", "Viver a Vida" e "Em Família" (entre 2003 e 2014). Alessandra começou no programa "Gente Inocente", colaborou em temporadas da "Malhação" (de 2003 a 2010) e integrou a equipe de Miguel Falabella na novela "Aquele Beijo" e nas séries "Pé na Cova" e "Sexo e as Negas" (entre 2012 e 2014).
A supersérie tem um cuidado extra na fotografia, nas tomadas, na reconstituição do Rio de Janeiro de 1970 e na trilha sonora. É tudo muito bonito, muito bem dirigido, muito "cinematográfico" (direção artística de Carlos Araújo). Mas um "biscoito fino" é o mínimo que se espera da Globo nesse horário, reservado para produções com mais apuro técnico e estético. Do elenco, Antônio Calloni e Natália do Valle foram os que mais se destacaram nessa estreia. Aguardemos os próximos capítulos (um clichê novelístico que cabe aqui).
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