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“Carinha de Anjo” do SBT nada deve às melhores produções infantis da TV a cabo

Nilson Xavier

29/06/2017 07h00

Bia Abrantes, Lorena Queiroz e Karin Hils (Foto: divulgação/SBT)

Aparentemente mais simples que as novelas infantis anteriores do SBT, "Carinha de Anjo" tem menos tramas e personagens, um elenco mais enxuto e uma história focada na protagonista Dulce Maria (a menina Lorena Queiroz, de seis anos). A trama anterior – "Cúmplices de um Resgate" – tinha mais adolescentes e mais núcleos, além de abordar intensamente o universo da música.

"Carinha de Anjo" tem crianças mais novas do que as novelas anteriores da emissora. Por isso abusa da fofurice, desde a proposta estética até as abordagens dramáticas. É uma novela para um público mais novo. Nisso, destaca-se a sua função educativa quando traz ensinamentos gerais – todos bem inseridos nas cenas, o que a afasta do didatismo pretensioso. A novela é eficientemente educativa. Lembra os programas infantis de minha infância (como a "Vila Sésamo"), ou a premiada programação infantil da TV Cultura.

Apesar de voltada para crianças pequenas, o público adolescente se sente representado nas figuras da conectada Juju Almeida (e seu vlog na internet) e Zeca, um aspirante a cantor sertanejo (Maísa Silva e Jean Paulo Campos). A música está presente nos clipes que abrem cada capítulo, quase sempre revisões de clássicos da música infantil aproveitando o elenco de pequenos atores.

Maísa no vlog da Juju: 1 milhão de inscritos no Youtube (Foto: reprodução)

Por tudo isso, "Carinha de Anjo" está mais para um programa infantil completo do que simplesmente uma novela infantil. É a melhor elaborada de todas as já apresentadas pelo SBT. O ótimo vlog de Juju Almeida – cujo canal no Youtube recentemente atingiu a marca de 1 milhão de inscritos – cumpre outro importante papel: une o lúdico universo de Dulce Maria com o mundo conectado atual do qual crianças também fazem parte.

"Carinha de Anjo" nada deixa a dever às produções infantis da TV a cabo, nacionais ou estrangeiras. E ainda ocupa uma importante lacuna para as crianças órfãs de programação infantil no horário mais nobre da TV aberta.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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