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Personagem de Elizângela representa o público de “A Força do Querer”

Nilson Xavier

06/07/2017 07h00

Elizângela como Aurora em "A Força do Querer" (Foto: reprodução)

A frase acima é do amigo Maurício Stycer no Twitter, durante a exibição do capítulo de terça-feira (04/07) de "A Força do Querer". Elizângela é praticamente uma unanimidade nas redes sociais. A repercussão de sua Aurora é grande. Tanto pela excelente atuação da atriz, quanto pelo drama vivido pela personagem, a mãe de Bibi (Juliana Paes).

Aurora faz as vezes do público. A única lúcida, capaz de enxergar além do envolvimento emocional da filha com o marido bandido. Bibi está cega, não consegue ver a realidade como ela é. Cabe a Aurora, no papel de mãe, abrir os olhos da filha, trazê-la à razão. Quem nunca sentiu uma vontadezinha de dar um chacoalhão em Bibi: ACORDA MENINA! Aurora tenta fazer isso, por nós.

Elizângela está em um papel dramático como poucas vezes a vimos na TV. A atriz aparece também em reprises com dois tipos bem diferentes, cômicos: Djenane de "Senhora do Destino", no Vale a Pena Ver de Novo, e Magnólia de "Por Amor", no Viva.

Aurora não é aquela mãe exagerada ou barraqueira, muito menos dominadora ou castradora. Também nunca chegou a ser uma megera com o genro. A interpretação de Elizângela é contida. A personagem sofre na medida, mesmo quando expõe seus temores à filha. Sua Aurora é quase sutil.

Elizângela em "Bandeira 2" (1971), "Locomotivas" (1977) e "Paraíso" (1983) (Foto: Acervo Globo)

 

Este é um dos melhores trabalhos que já vi de Elizângela. E olha que acompanho sua carreira desde os anos 70! A atriz formou gerações de fãs que a assistiram em novelas desde sempre. Minha lembrança mais remota é em "Locomotivas" (1977). Foram tantos trabalhos: "Te Contei?", "Feijão Maravilha", "Plumas e Paetês", "Jogo da Vida", "Paraíso", "Partido Alto", "Roque Santeiro"…

Elizângela declarou "Já fui uma Juliana Paes" (leia AQUI), referindo-se aos seus "dias de glória", mais precisamente quando era uma das atrizes mais requisitadas e belas da TV. Na década de 70, emendou novelas, geralmente em papeis de moças alegres ou petulantes. O sorriso e a simpatia sempre foram sua marca.

Abaixo, uma mostra dos "dias de glória" de Elizângela (como ela mesma fala): o clipe de "Pertinho de Você", música com a qual investia na carreira de cantora, um sucesso que ficou entre as mais tocadas no Brasil em 1978.

 

Leia também: "Elizângela cancela gravação da novela após a morte da mãe".
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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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