"O Outro Lado do Paraíso" parece cinema; mas não se engane, é um melodrama
A nova novela da Globo, "O Outro Lado do Paraíso" (estreia dessa segunda, 23/10), começou com cara de filme: a abertura não foi exibida, os créditos de elenco apareceram já sobre as primeiras imagens. E de fato é cinematográfica: fotografia deslumbrante, com belas imagens do Jalapão, no Tocantins. Um tom amarelo-terra, com clara referência ao western americano, inclusive na direção e na trilha sonora. Mas não se engane. Trata-se de um melodrama em forma de novela. E dos mais rasgados.
A pressa em contar a história fez o amor de Clara e Gael (Bianca Bin e Sérgio Guizé) se diluir. Paisagens paradisíacas com trilha sonora romântica não foram o suficiente para imprimir alguma emoção ao romance do casal. Em pouco mais de uma hora de novela, eles se conheceram, se entregaram à paixão e marcaram data de casamento. O telespectador engoliu tudo sem tempo hábil para digerir esse romance. Talvez esse amor não mereça torcida mesmo, saberemos com o desenrolar da trama.
A estética de cinema imprimiu na narrativa uma morosidade que disfarçou a história corrida e sem emoção. Porém, a trama já desenhou conflitos para cativar o público. O antagonista de Rafael Cardoso e a vilã de Marieta Severo, a princípio, motivarão a audiência.
No mais, as poucas cenas de Fernanda Montenegro e Marieta Severo foram suficientes para mostrar o poder cênico das atrizes. Direção, trilha sonora e fotografia fizeram o capítulo valer. A história precisa correr mais. Mas Walcyr Carrasco é experiente. Tem em suas mãos um folhetim que promete arrebatar. Com esse elenco e direção (Mauro Mendonça Filho e André Felipe Binder) as possibilidades aumentam.
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