A Globo extinguiu o "Zorra Total" e Carrasco o ressuscitou na novela das 9
Com o fim do "Zorra Total" (há quase três anos), a Globo aboliu também um tipo de humor já considerado anacrônico: o que provoca o riso fácil ou mecânico, com base na caricatura e no estereótipo, às vezes de gosto duvidoso, sempre com os mesmos roteiros, em pequenos esquetes, com algum bordão ou frase de efeito. Nem é o caso de não haver mais espaço para esse tipo de humor na TV (vide "A Praça é Nossa" do SBT). Mas a Globo preferiu a renovação, substituindo o "Zorra Total" pelo "Zorra" – com um humor, digamos, mais refinado, que nada tem a ver com o programa antigo.
Diante de algumas críticas de que sua novela "O Outro Lado do Paraíso" andava meio sombria na primeira fase, eis que Walcyr Carrasco traz de volta o mesmo humor que a emissora fizera questão de banir de seu horário nobre. Já esperava por isso quem conhece a obra do autor – de tortas na cara e gente arremessada no chiqueiro em suas novelas dos horários das seis e sete. Se Carrasco não poupou sua última trama das nove, "Amor à Vida", do humor fácil com texto rasteiro, porque iria poupar o público de "O Outro Lado do Paraíso"?
E temos então os bordões repetidos EM TODA CENA com aqueles personagens. Aliás, todo dia, AS MESMAS CENAS, mesmas situações e mesmas falas. Até maio (fim da novela), ouviremos diariamente Cido (Rafael Zulu) se referir a Dona Adinéia (Ana Lúcia Torre) como "mãe de bicha", sempre nas mesmas situações. Da mesma forma, em quase todo capítulo os gays predadores do salão de beleza assediam o rapagão hétero – são sempre as mesmas frases, com pouca variação do roteiro, que provocam o riso automático ou nervoso (quando provocam). Como nos esquetes do "Zorra Total".
Falando nos gays da novela, a abordagem à homossexualidade em "O Outro Lado do Paraíso" chega a ser um retrocesso em face ao avanço alcançado recentemente por "A Força do Querer". Mas este é assunto para outro post!
Se a reiteração já era uma das principais críticas à novela lá em seu início, imagina agora que Carrasco apelou para o humor raso e repetitvo. Se esse tipo de humor mal rende hoje um programa semanal, imagina uma novela diária! Todavia, a audiência de "O Outro Lado do Paraíso" vai indo muito bem: uma média geral de quase 35 pontos no Ibope da Grande SP – um sucesso.
Leia também: Maurício Stycer, "Não tem um médico que preste em O Outro Lado do Paraíso".
Siga no Facebook – Twitter – Instagram
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.