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Novela das 7 nada original: Celulari já atuou em série de viagem no tempo

Nilson Xavier

23/07/2018 18h09

Juliana Paiva e Edson Celulari em "O Tempo Não para" (Foto: João Miguel Jr.)

Personagens congelados por mais de cem anos que "despertam" na atualidade é a premissa da nova novela das sete da Globo, "O Tempo Não Para", que estreia dia 31 de julho. Edson Celulari vive o patriarca de uma rica família de São Paulo na década de 1880. Após o naufrágio do navio em que viajavam pelos mares do sul, ele, a esposa, três filhas, empregados e escravos passam 130 anos congelados.

Seus corpos vêm parar no litoral de São Paulo de 2018. De volta à vida, se deparam com um mundo completamente diferente daquele que deixaram para trás. Não só por causa da modernidade e avanços da tecnologia e ciência, mas também pelos hábitos, valores e moral. A trama propõem o contraponto entre o que melhorou e o que piorou em 130 anos.

A família de "O Tempo Não Para" na São Paulo de 2018 (Foto: reprodução)

Esta é uma ideia nada original. Viagens no tempo – para o futuro ou passado, propositais ou acidentais, em máquinas do tempo, por congelamento ou outros métodos – fazem parte do imaginário popular e já foram bastante exploradas em Literatura, Cinema e Televisão. Alguns exemplos:
Livros: "A Máquina do Tempo", de H.G. Wells, "O Fim da Eternidade", de Isaac Asimov;
Quadrinhos: "Buck Rogers", "Capitão América";
Filmes: "De Volta para o Futuro", "Feitiço do Tempo", "Os 12 Macacos", "Meia-Noite em Paris";
Séries: "Túnel do Tempo", "Doctor Who", "Outlander";
Anime: "Avatar: A Lenda de Aang". E vários outros.

A TV brasileira também teve a sua cota. O despertar em um admirável mundo novo de tecnologias foi explorado na novela "Andando nas Nuvens", na própria Globo, em 1999. Mas de uma forma bastante diferente da que será apresentada em "O Tempo Não Para". Na trama de "Andando nas Nuvens", o personagem de Marco Nanini acordou de um coma, com lembranças de décadas anteriores, em um mundo totalmente diferente do que conhecia. A novela abordava a adaptação do personagem a um estilo de vida e valores que mudaram com o passar das décadas.

A família de ""Casa Fantástica" na São Paulo de 1979. Entre outros Elias Gleizer, Geraldo Del Rey, Elizabeth Hartmann, Edson Celulari, Monique Lafond e João Acaiabe (Foto: revista Amiga, 1979)

Muito antes, em 1979, a TV Tupi levou ao ar uma série escrita por Walther Negrão cuja trama era muito parecida com a de "O Tempo Não Para". Em "Casa Fantástica", uma família do século 19 passa pela experiência da máquina do tempo, inventada pelo avô cientista. Ele, filhos, netos e criados avançam 120 anos e vão parar na São Paulo de 1979, perplexos com esse mundo novo.

Curiosamente, no elenco da família de "Casa Fantástica" estava o jovem ator, em início de carreira, Edson Celulari, que em "O Tempo Não Para" vive o patriarca do clã. No elenco, também Elias Gleizer, Geraldo Del Rey, Elizabeth Hartmann, Nair Bello, Rodolfo Mayer, Henriqueta Brieba, João Acaiabe, Monique Lafond e outros. "Casa Fantástica" não durou muito tempo. A Tupi passava por sua pior crise, vindo a fechar suas portas no ano seguinte.

Na apresentação de "O Tempo Não Para" para a imprensa, questionei o autor da novela, Mário Teixeira e ele afirmou que desconhecia "Casa Fantástica". Já Edson Celulari lembrou saudoso de um dos seus primeiros trabalhos na televisão.
AQUI tem tudo sobre "Casa Fantástica". E AQUI, tudo sobre "O Tempo Não Para".

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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