Nicolas Prattes fica parecendo Paulo Autran perto do namorado de Sasha
Nilson Xavier
04/09/2018 20h28
Assim que "O Tempo Não Para" iniciou, li algumas críticas a Nicolas Prattes. Particularmente, minha única ressalva é a idade do ator, jovem demais para o personagem. Acho que Prattes se sai muito bem como Samuca. O personagem é um tipo simpático e não exige muito do garoto. Dá até para relevar a sua pouca experiência para um protagonista. Fora que ele tem uma ótima química com Juliana Paiva.
Porém, das poucas cenas de Bruno Montaleone (no momento mais conhecido como o namorado de Sasha Meneghel), o que se viu foi um descompasso total com o resto do elenco de "O Tempo Não Para". Pode parecer que não, mas seu personagem, Bento, demanda mais que Samuca. Não é fácil reproduzir falas e expressão corporal de um janota do final do século 19. E, por isso mesmo, a escalação requeria um ator com mais estofo. Ou pelo menos com mais experiência.
Montaleone se saía melhor como o irmão malandro de Juliano Cazarré em "O Outro Lado do Paraíso" – ainda que seu texto não passasse de uma chanchada surrealista. Mas ao dar entonação e gestual a Bento, Montaleone põe os pés pelas mãos. E destoa justamente porque o elenco de "O Tempo Não Para" é extremamente bem escalado, com muitos atores se destacando em personagens formidáveis.
No capítulo dessa terça-feira (04/09), num embate entre Prattes e Montaleone, deu para perceber um abismo entre os dois jovens atores. Tomara que Bruno Montaleone cresça com esse trabalho. Mas sempre é possível congelar Bento de volta.
PS: Sobre o título, com o devido respeito à memória de Paulo Autran.
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Sobre o autor
Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.
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Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.