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Acredito profundamente em reencarnação, diz autora de nova novela espírita

Nilson Xavier

21/09/2018 07h00

Irene Ravache (reprodução) | Elizabeth Jhin (foto: João Miguel Jr.)

A Globo estreia no dia 25 (próxima terça-feira) sua nova novela das seis, "Espelho da Vida", de autoria de Elizabeth Jhin, conhecida pelas abordagens espiritualistas em sua obra ("Escrito nas Estrelas", "Amor Eterno Amor", "Além do Tempo"). Novamente uma trama envolvendo a crença em vidas passadas.

Em sua última novela, "Além do Tempo", as histórias aconteciam em duas fases, no passado e na atualidade, com os mesmos personagens em encarnações diferentes. As tramas de "Espelho da Vida" acontecem em duas épocas distintas concomitantemente. Entrevistei Elizabeth Jhin e pedi que ela explicasse:

"As tramas de 2018 e de 1930 se desenrolam ao mesmo tempo devido às "viagens no tempo" que a nossa personagem, Cris Valência (Vitória Strada), empreende. Assim, o espectador consegue acompanhar a vida dela e de outros personagens na atualidade, e também o que ela descobre e enfrenta em sua outra vida. Cada vez que ela faz a "passagem" pelo portal do espelho, ela nos leva a outra realidade."

Sim, o tal espelho explica o título da novela:

"O espelho tem uma grande importância na história, ele é o portal por onde Cris Valência chega a outras dimensões. Como a gente costuma dizer… as novelas não deixam de ser um "espelho da vida", não é?"

A descrição da trama me lembrou a novela "Anjo de Mim" (1996-1997), de Walther Negrão, na qual Jhin foi colaboradora. Nesta, o personagem de Tony Ramos se recordava de uma vida passada, em que presenciou um crime passional. Ele tenta encontrar a reencarnação da amada do passado enquanto elucida o crime. Em "Espelho da Vida", a protagonista também investiga um crime passional envolvendo uma encarnação passada. Perguntei se as novelas tinham alguma relação, ou se são apenas variações de uma mesma temática:

"Adorei colaborar nessa e em outras novelas de Walther Negrão, que me ensinou muito sobre teledramaturgia, mas não há nenhuma relação entre as duas histórias."

Alinne Moraes, João Vicente de Castro e Vitória Strada (foto: João Miguel Jr.)

Perguntei ainda a Elizabeth Jhin:

Você é uma novelista reconhecida por uma "marca": as abordagens espiritualistas. Percebo um cuidado em não citar religiões, nem se posicionar favorável ou incitar correntes filosóficas ou religiosas (não vejo "propaganda religiosa"). Você é uma pessoa religiosa? Pratica alguma?

– Fui criada dentro da religião católica, mas não sou praticante desde minha juventude. Mas as lindas mensagens que Cristo nos deixou não podem ser esquecidas, independente do credo que a pessoa siga. De alguns anos para cá, tenho lido muito sobre Cabala, fiz um excelente curso sobre o assunto, e sobre a doutrina espírita, que preenche muito de minhas buscas pelo sentido de estar neste mundo. Pratico na verdade uma espiritualidade sem rótulo, que me traz um conforto e alegria muito grandes.

Você acredita nas experiências de vidas passadas pelas quais suas personagens passam? Ou: você acredita que o que escreve acontece de fato?

– Acredito profundamente em reencarnação e escrevo sobre o assunto com muita entrega e respeito.

Você tem a pretensão de passar alguma mensagem ao público com suas tramas sobre vidas passadas? Ou elas lhe servem exclusivamente como ferramenta de narrativa?

– Minha pretensão (e é uma grande pretensão, não é?) é que através dessas tramas as pessoas possam refletir sobre como é breve nossa passagem por este mundo e aproveitem o tempo para se conhecer mais e amar muito mais.

AQUI tem tudo sobre "Espelho da Vida": elenco, personagens, trama e curiosidades.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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