Alerta na audiência: trama lenta de "Espelho da Vida" afasta o público
"Sinal amarelo para a novela tal". É quando a audiência da concorrência ameaça a novela, ou a audiência da novela fica abaixo do esperado pela emissora. Só por isso, já é para a Globo prestar atenção em "Espelho da Vida", sua produção das seis. O concorrente "Cidade Alerta", jornalístico policial da Record, já encosta na novela.
Para a faixa, a Globo espera, pelo menos, 20 pontos no Ibope da Grande SP. Em seis semanas de exibição, "Espelho da Vida" registra uma média de 19 pontos, abaixo das produções anteriores no mesmo período: "Orgulho e Paixão" 21, e "Tempo de Amar" 22,5. A "Malhação", que podia levantar a novela, também não ajuda: a temporada "Vidas Brasileiras" vem há mais de dois meses enfrentando sua pior fase desde que estreou, em março.
É preocupante se considerarmos que essa semana começou o Horário de Verão, historicamente ruim para as audiências. Esperava-se que "Espelho da Vida" fosse arrebatar o público nessas primeiras seis semanas para enfrentar melhor o período em que a novela é exibida enquanto o sol ainda está alto lá fora – mais precisamente a partir de dezembro, quando também chegam as festas de fim de ano.
Mas a novela de Elizabeth Jhin tem deixado a desejar. A trama sobre uma moça que insiste em investigar uma encarnação passada, e faz viagens no tempo através de um espelho, não sai do lugar. Foram seis longas semanas em que raros acontecimentos movimentaram a história.
A cada capítulo, vemos belas imagens de uma cidadezinha histórica mineira; elenco bem escalado, com destaque para as performances de Alinne Moraes, Felipe Camargo, Ana Lúcia Torre, Suzana Faini e Emiliano Queiroz (os dois últimos, pouco aparecem); trilha sonora agradável; e direção correta. É uma novela bonita de ver. Mas a trama não anda.
Até Irene Ravache – sempre se espera uma grande personagem da atriz – está apagada. Vitória Strada – muito bem como a protagonista – mas em uma personagem que já começa a incomodar pelo chove-não-molha a que é submetida. E João Vicente de Castro vivendo um tipo antipaticíssimo. O núcleo de cinema, que chega na cidade para rodar um filme, é um nada que leva a lugar nenhum. Pura encheção de linguiça.
No entanto, há uma sensação de que "Espelho da Vida" cresce quando as cenas são no passado. Primeiro porque são raras. Segundo, são belas. Terceiro, estão envoltas no mistério da trama, bem construído pela autora Elizabeth Jhin. Fica o desejo de mais sequências na década de 1930. Até mesmo para fazer a história se movimentar, já que a novela dá a entender que a trama depende da ação no passado.
O mistério "quem matou Julia Castelo?" é bom, aguça a curiosidade. Mas não há curiosidade que resista a uma história que dá um passo a cada cinco capítulos.
Leia também: "Cidade Alerta dispara e já aparece no 'Espelho' de novela das seis".
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