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Elenco de Espelho da Vida se destaca com personagens nas 2 épocas da trama

Nilson Xavier

19/02/2019 11h04

Felipe Camargo como o Coronel Eugênio e como Américo (foto: reprodução)

Alguns atores do elenco de "Espelho da Vida" têm trabalho dobrado na novela, já que interpretam personagens diferentes nas duas épocas da trama. Há os que compartilham características básicas em seus personagens duplos, por terem o mesmo perfil, como a mocinha Cris e a mocinha Júlia (na verdade, a mesma personagem, Cris, em épocas distintas), o mocinho Daniel e o mocinho Danilo, e a vilã Isabel e a vilã Dora.

Há também os atores que vivem personagens completamente diferentes, na década de 1930 e na atualidade. É aí que se destacam os trabalhos dos diretores, atores, caracterizadores e preparadores de elenco de "Espelho da Vida". A Irene Ravache na atualidade, na pele de Margô, uma mulher espiritualizada, simples e comedida, é completamente diferente de sua "versão anos 30", Hildegard Breton, uma francesa sofisticada, excêntrica e com certa arrogância.

Patricya Travassos vive na atualidade uma mulher que suporta as grosserias da filha, esotérica, considerada uma maluquete. Na década de 1930, ela também carrega no misticismo, põe cartas, mas é amargurada com a vida e menos tolerante com a filha. A atriz traz um outro olhar, outra feição no rosto. Da mesma forma, Ana Lúcia Torre, Suzana Faini, Júlia Lemmertz, Ângelo Antônio, João Vicente de Castro.

Irene Ravache e Patricya Travassos nas duas épocas da trama (foto: reprodução)

É preciso elogiar a excelente atuação de Felipe Camargo, com dois tipos tão distintos. Pense no duplo trabalho de composição: o malandro boa-praça Américo, nos dias de hoje, de caráter dúbio, sonso, às vezes risível, em contraponto com o temível Coronel Eugênio Castelo, do passado, um homem prepotente, tirano, cruel, que carrega um peso até no nome.

O elenco é um dos pontos altos de "Espelho da Vida", num trabalho cuidadoso da direção (sob a responsabilidade de Pedro Vasconcelos e Cláudio Boeckel), extensivo à equipe de caracterização, e em total conformidade com a dosagem certa da autora Elizabeth Jhin ao conduzir personagens em tramas diferentes.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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