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Atual governo fornece munição para muitos anos de "Isso a Globo Não Mostra"

Nilson Xavier

11/03/2019 11h37

Foto: reprodução

Não se trata apenas da piada com a programação da Globo. "TV Pirata" e "Casseta e Planeta Urgente" sempre fez e o "Tá no Ar" (em sua última temporada) segue fazendo. A apropriação de memes da Internet é até engraçadinha, mas não é o ponto alto e só fica parecendo que não passa disso, uma apropriação.

O melhor de "Isso a Globo Não Mostra" – o quadro de humor dentro do "Fantástico" – é a notícia tratada com escárnio e acidez, principalmente a política. Tampouco é novidade. A sátira social e política existe desde que o mundo é mundo, em todos os meios de comunicação. Até para não conflitar com o "Tá no Ar", o 'humor sobre a notícia' do "Isso a Globo Não Mostra" é feito em um espaço dedicado à notícia, o "Fantástico".

Sob este viés político, o nome do quadro poderia ser "Isso Nenhuma Emissora Mostra".

Pena que, por causa da apresentação semanal única (apenas aos domingos), as piadas às vezes pareçam ter perdido o frescor da notícia quente. A ótima "Chuva de Prata" neste domingo (10/03) veio com uma semana de atraso. Já pensou se tivesse ido ao ar no domingo passado, exatamente quando explodiu a "golden shower"?

Foto: reprodução

Da mesma forma, o programa deste domingo foi exibido enquanto alastrava-se o compartilhamento pelo presidente Jair Bolsonaro da entrevista distorcida de uma repórter do Estadão. Fica para o próximo domingo.

O "Tá no Ar" está acabando. Vida longa ao "Isso a Globo Não Mostra", que, se depender do cenário que se desenha neste início de governo, terá munição rica e prolífica para, pelo menos, os próximos quatro anos.

Autores: Célio Porto, Diego Tavares, Eduardo Rios, Guilherme Sousa, Luanna Guimarães e Rodolpho Rodrigo.
Redação final: Leonardo Lanna.
Pesquisa: Ferdinando Dantas e Luciana Kühl.
Arte: Flavio Fernandes, Fabio Covolo e Marcos Aurélio Silva.
Edição: Maitê Lima.
Supervisão artística: Marcius Melhem e Daniela Ocampo.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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