Topo

Chico Barney

Programa de Maria Beltrão na GloboNews deveria migrar para a TV aberta

Maria Beltrão, do "Estúdio i", faz mímica para explicar como abre portas em meio à pandemia de covid-19 - Reprodução/GloboNews
Maria Beltrão, do 'Estúdio i', faz mímica para explicar como abre portas em meio à pandemia de covid-19 Imagem: Reprodução/GloboNews

Colunista do UOL

17/08/2020 21h28

Um dos principais apelos dos programas policiais na TV aberta reside na abordagem dos apresentadores. Sempre buscam uma cumplicidade com o telespectador.

Mais do que simplesmente anunciar as notícias e reportagens, conduzem as narrativas e colocam muito do seu olhar pessoal em cima dos temas centrais desse tipo de atração: crime, pobreza, tragédia.

Além dos crooners do cotidiano, que preenchem com didatismo e emoção os espaços vazios da programação durante horas a fio, comentaristas contratados e especialistas convidados ajudam a trazer diferentes perspectivas, sempre sob um viés mais conservador.

Na grade vespertina de emissoras importantes como Record e Band, esse é o cenário. Mas será que não chegou a hora da Globo enriquecer o debate lançando uma espécie de Datena progressista?

O Estúdio I da GloboNews é um produto pronto para ocupar esse espaço na TV aberta. Maria Beltrão consegue trazer as pautas do dia com uma desenvoltura difícil de encontrar, transformando tudo em um agradável bate-papo com repórteres e também com seus colunistas.

E não há muita coisa mais importante no momento do que contextualizar com leveza e sem jargões tudo isso que está acontecendo no Brasil. O mesmo didatismo e emoção dos programas policiais, mas em um recorte editorial mais sofisticado, sobretudo nas questões da política, que tem impacto direto na pandemia que enfrentamos, na dificuldade do meio ambiente e na criminalidade que assola as cidades.

Por conta do formato, conseguiria ocupar um espaço que não é preenchido por qualquer outro telejornal. Pois não se trata de simplesmente contar com uma condução informal, característica que já virou parte da cultura da empresa. É algo diferente: Maria Beltrão é uma hábil construtora de diálogos, tanto com os colegas no estúdio quanto com o público em casa.

Que mais gente possa se beneficiar dessa abordagem, para além da TV a cabo.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.