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'BBB' erra ao deixar nas mãos de participantes expulsar acusados de assédio

Pyong tenta beijar Marcela e agarra as nádegas de Flayslane - Reprodução / Internet
Pyong tenta beijar Marcela e agarra as nádegas de Flayslane Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

09/02/2020 17h14

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Resumo da notícia

  • Depois do episódio envolvendo Petrix, Pyong é acusado de assédio no reality
  • Hipnólogo tentou beijar Marcela e apertou as nádegas de Flayslane
  • Participantes foram chamados ao confessionário

Pela segunda vez, durante uma festa, um participante do "BBB 20" foi acusado de passar do ponto no comportamento com as mulheres da casa. Depois do infame episódio em que Petrix mexe nos seios de Bianca Andrade e esfrega a cintura na cabeça de Flayslane, agora foi a vez de Pyong entrar na mira dos espectadores por apertar as nádegas de Flayslane e colocar as mãos na perna de Marcela, tentar beijá-la e abraçá-la por trás. O hipnólogo foi repreendido pela médica e admitiu ter exagerado. Na tarde deste domingo (9), os três foram chamados ao confessionário, provavelmente para dar a oportunidade de as participantes dizerem se estão ofendidas - podendo pedir punição - e advertir o ilusionista.

Antes mesmo de os episódios irem ao ar na TV, as redes sociais explodiram pedindo a expulsão de Pyong. YouTubers como Felipe Neto trataram de dizer que a máscara caiu. O que chama atenção, no entanto, é que nesta temporada a direção do reality show da Globo deixe nas mãos dos participantes a decisão de punir ou não um concorrente. Assédio e agressão são assuntos sérios e a palavra final não deveria ser dada apenas pelo confinados por duas razões: 1) fatos como estes, ocorridos em festas, envolvem pessoas alcoolizadas, que nem sempre lembram em detalhes tudo o que aconteceu. No caso de Bianca Andrade, não ficou claro se ela teve a chance de assistir a cena em que Petrix passa do ponto - tudo indica que não; 2) as participantes que pedirem a expulsão de alguém podem acabar sendo alvo de vingança de colegas de confinamento, magoados com a eliminação sumária de alguém, e acabar tendo prejuízo no jogo.

Além disso, por aqui, as advertências a quem tem comportamento perigoso não são mostradas com transparência. Na Inglaterra, um dos países mais viciados em "Big Brother" do mundo, com edições com anônimos e celebridades, até mesmo o vocabulário é vigiado. Numa das temporadas, Rodrigo Alves, o Ken Humano - hoje Barbie - proferiu uma expressão racista. Foi chamado ao confessionário e ouviu que a palavra não seria tolerada e seria expulso se incorresse no erro. Dito e feito: na segunda vez, ele deu adeus à casa. O "BBB" deveria fazer o mesmo e transmitir a bronca.

Maior sucesso dos últimos anos, com mais tweets sobre o programa até agora do que a última temporada inteira, o "BBB 20" tem estado sob forte vigilância. Durante a festa Felipe e Daniel também tiveram os comportamentos criticados. É claro que as redes sociais podem ser um grande polo de acusações falsas - assim como verdadeiras -, mas a Globo precisa criar regras mais rígidas sobre respeitar o espaço alheio e ser mais transparente em suas punições. Do contrário, episódios de assédio ficarão recorrentes e correm o risco de ser normalizados.