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Flávio Ricco


Painel discute "classificação indicativa" sem participação da TV

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Imagem: Reprodução

Colunista do UOL*

03/03/2016 07h00

Release recebido, informa que em parceria com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e organizações da sociedade civil, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes realizam, no próximo dia 9 de março, o "Painel Classificação Indicativa: a ação no STF e os riscos para a proteção de crianças e adolescentes".

Informa ainda que "a atividade acontece em um momento delicado para a infância brasileira" e que, durante a sua realização  "será lançada pelas organizações da sociedade civil a 'Campanha 'Programa adulto em horário adulto'".

A questão da "classificação indicativa", em várias ocasiões já debatida aqui, por maior boa vontade que exista, sempre será contraditória. No tempo e no espaço. Porque, antes de tudo, passa o entendimento que somos todos irresponsáveis até prova em contrário. Sempre terá que haver alguém para decidir o que podemos ou não podemos ver e em que horário.

Considerando como completo o texto do release, observa-se que, entre autoridades e representantes da sociedade civil, não é indicada a presença de ninguém ligado à televisão nenhuma ou de algum autor, roteirista, ator, atriz ou quem quer que seja para representar a mais importante parte envolvida.

Fato que, no mínimo, causa estranhamento. E parcialidade. Parece até coisa do tempos dos generais.

Qualquer criança, de qualquer idade, hoje tem acesso, pelos meios sociais, a qualquer horário e a qualquer conteúdo, desde educativos a pornográficos.

Pegaram a televisão, o grande empregador da área de comunicação, para bode expiatório. Já existem sérias restrições publicitárias, querem aumentar ainda mais o desemprego.

O Brasil é o país da canetada e da incoerência. Os meios de comunicação são proibidos de veicular propagandas de bebidas, cigarros e outros que tais.

Só que a fabricação é permitida. E todos sabemos porque é permitida.

* Colaborou José Carlos Nery

Leia a coluna na íntegra.

Flávio Ricco