Jonathan Azevedo, o Sabiá de A Força do Querer, passa vida a limpo no palco
"Uma aventura no universo de Jonathan Azevedo": é assim que o ator que ganhou projeção em todo o Brasil na pele do traficante Sabiá, na novela 'A Força do Querer', define seu novo desafio profissional: o espetáculo 'O Canto do Sabiá', em cartaz no Teatro Fashion Mall. Em cena, Jonathan conta sua própria história em uma espécie de stand-up, onde através da atuação, do canto e da dança, celebra a alegria e a superação diante da adversidade. "Estou muito focado em contar essa história que é a história da minha vida. Eu queria dividir essa perseverança, esse sentimento de conquista e de muita luta que eu tive durante toda essa trajetória", diz o ator.
Luta, inclusive, é o que não faltou na vida de Jonathan. Filho adotivo, criado na Cruzada São Sebastião, popular conjunto habitacional localizado no Leblon, Zona Sul do Rio, o ator de 33 anos, enfrentou diversas situações que o desafiaram a querer mais e o ajudaram a encontrar seu caminho. "Já passei por muita blitz de polícia, tive que superar todas as dificuldades, até que cheguei ao teatro, consegui fazer uma faculdade", conta Jonathan, que, apesar das dificuldades, se considera um privilegiado, principalmente por ter conseguido apoio na educação, através da escola de arte e tecnologia 'Spetaculu' e do grupo teatral 'Nós do Morro'.
'O canto do Sabiá', como o próprio nome indica, faz uma alusão ao personagem que fez o Brasil conhecer Jonathan, e é com orgulho que o ator relembra dele. "Sou muito grato ao Sabiá e a oportunidade que a Glória Perez e a Juliana Paes, trocando comigo, me deram, não só popularizar, mas de humanizar um personagem. Ele gerou uma discussão bacana em todo o Brasil e ganhou uma proporção muito grande, fazendo um traficante ser amado por senhoras e crianças", conta. "O Sabiá marcou um momento, não só na minha vida, mas um momento que o Brasil vivia. Agora, vou ter a oportunidade de fazer outros personagens e levar novas questões para o Brasil", diz ele, sem medo de ficar estigmatizado pelo papel.
Além do desafio no teatro, Jonathan tem encarado outro na 'Dança dos Famosos', no 'Domingão do Faustão', e ele tem achado bastante difícil a competição, mais até que o 'Popstar', outro programa de talentos que ele participou. "Eu já achava o Popstar difícil, mas o Dança... Na primeira aula cheguei a me assustar, tanto que perguntei se poderia voltar para o Popstar', conta Jonathan, que, apesar desse susto inicial, tem gostado de se desafiar na pista de dança. "Estou conseguindo enxergar minhas dificuldades para dançar e isso me motiva. Não gosto de trabalhar na zona de conforto. O risco sempre me aguça mais, aflora minha criatividade", diz ele.
Consciente de seu papel social, especialmente em um cenário de aumento da escalada da violência e da truculência do Estado em comunidades como a que cresceu e onde vive atualmente - ele mora no Vidigal, Jonathan acredita que 'O canto do Sabiá' possa ser um ponto de encontro para jovens desenvolverem sua autoestima e para que se possa refletir sobre um amanhã melhor. "Estamos vivendo um momento muito truculento onde muitos dos que morrem, dos que sofrem, tem a minha cor. São jovens, adolescentes, e eu quero, não só acordá-los, não só levar autoestima, mas fazer com que eles lutem cada vez mais por seus sonhos. Também quero fazer uma reflexão no meio das pessoas que, de fato, têm o poder, a voz dentro do Estado, para, junto com a gente, pensar um melhor caminho para que possamos ter um futuro melhor", diz.
É com um olhar para esse futuro que Jonathan fala da espera pelo primeiro filho, Matheus Gabriel, fruto de uma relação casual com uma amiga, Maria Patrícia. "A chegada dele conseguiu me dar esperança para esse mundo. Quero que meu filho venha para transmitir tudo pelo que pai dele está lutando, que é sobre amor, luz e igualdade racial. Acho que a sociedade está ficando cada vez mais cruel, mas mudar isso está na mão da juventude, e o Matheus está vindo para renovar essa esperança, como fazem todas as crianças", derrete-se o ator, que revela que, mesmo morando em casas diferentes, pretende ser bem presente da criação do primogênito. "Moramos muito perto, eu e a Patricia, então, a gente sempre vai estar junto, ainda mais nos primeiros meses", revela ele, feliz pela decisão de ter Matheus com a amiga. "Ele vai ter um exemplo de pai e mãe que, se Deus quiser, vai fazer muita diferença na vida dele", finaliza.
* Com reportagem de Geizon Paulo
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