Por que jornalista esportivo tem vergonha de invadir intimidade de atleta?

Nos últimos dias, a Coluna do Leo Dias tem publicado o que o povo mais gosta: fofoca envolvendo traição, com dinheiro e jogador de futebol. Mas estranhamente, a home (a capa, o lugar mais prestigiado do portal), por considerar um assunto menos adequado à seção de Esporte, ignora a história. (Não estamos falando mal da home, pelo amor de Deus. Se tem alguém na redação do UOL que é bajulado, esse alguém é quem controla a home page).
Mas, a coluna chegou à conclusão do porquê essas notas estão sendo ignoradas.
Jornalista especializado em esporte tem pavor de "ofender" o atleta falando de sua vida pessoal. Eles acham que fofoca é coisa menor, menos relevante. Mas todos sabem o quanto a vida pessoal dos craques afeta o futebol em campo.
Vamos lembrar do "Caso Bill Clinton". O mundo parou para saber se ele havia feito sexo oral em sua estagiária. Isso é jornalismo ou fofoca?
Agora, a coluna fará uma grande revelação: adivinha quem são as nossas fontes quando queremos vasculhar a vida pessoal dos jogadores? Eles mesmos, os tais jornalistas que não descem "ao nosso nível".
Fazer fofoca não é para os fracos e não difere em nada o jornalismo ortodoxo. Muito pelo contrário. A gente não espera a nota oficial, nem o resultado do jogo. O nosso trabalho é criar uma rede de informantes confiáveis dentro de um meio (o artístico), que todos sabem que não amam os jornalistas.
A impressão que se tem no jornalismo esportivo é que só é permitida fofoca da vida de Neymar. Aliás notícias de sua vida pessoal rendem mais do que seu atual futebol. A explicação para isso é simples: os cliques. Neymar é exceção porque dá visualizações. E é disse que a gente vive.
*Com colaboração de Lucas Pasin