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Fontenelle apoia Bolsonaro e diz duvidar de doação de Eduardo Costa ao SUS

Colunista do UOL

27/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • YouTuber revela que ainda apoia presidente pois não vê ninguém melhor na política
  • Ela ainda afirma que foi convidada para disputar eleição no Rio, mas que não pretende aceitar
  • Ex de Eduardo Costa, Fontenelle diz que duvida que ele tenha doado R$ 2,5 milhões ao SUS
  • E conta também sobre a vida com os filhos e as dificuldades financeiras que enfrentou

Defensora de Jair Bolsonaro desde sua campanha eleitoral, Antonia Fontenelle afirma que não se arrepende de ter votado no presidente, mesmo após as críticas que ele vem recebendo por suas atitudes em meio à pandemia do novo coronavírus. Em conversa com o colunista Leo Dias, a apresentadora assumiu que Bolsonaro fala algumas besteiras, mas argumentou que, segundo sua opinião, "não o estão deixando governar".

"Quem ataca o Bolsonaro tem que vir com a solução. As pessoas querem tirar o cara, mas não apontam quem [colocar]."

Falando em política, Antonia negou que tenha ambições nessa área, assumiu ter recebido convite para disputar como vice-prefeita nas próximas eleições pelo Rio de Janeiro, mas afirmou se entrar nesse universo, será em Brasília. "Eu não descarto nenhuma possibilidade, mas hoje eu te digo que não."

Fontenelle também revelou que a última pessoa com quem se relacionou foi com seu ex, o cantor Eduardo Costa. De maneira surpreendente, falou que duvida que o sertanejo tenha doado R$ 2,5 milhões para o SUS (Sistema Único de Saúde), como foi divulgado, para ajudar no combate ao coronavírus.

"O Eduardo pode ficar muito danado da vida comigo neste exato momento, mas eu não acredito que ele tenha doado esse tanto de dinheiro para ninguém."

Antonia ainda falou sobre a relação com Jonathan Costa, seu ex-marido e com quem tem um filho, o pequeno Salvatore. A apresentadora contou que recebe um valor baixo de pensão do funkeiro, mas que releva pelo fato de Jonathan ser um pai presente.

Leia, abaixo, trechos da entrevista:

Antonia Fontenelle - Divulgação - Divulgação
Antonia Fontenelle diz que não se arrepende do apoio a Bolsonaro
Imagem: Divulgação
UOL - Eu quero saber como está a sua vida com essa quarentena? Você, que é uma pessoa tão da rua.

Antonia Fontenelle - Estou com um mix de sentimentos, sabe? Às vezes eu sinto até vontade de chorar. Eu fui no supermercado aqui perto tem uns dois dias, e as Américas [avenida do Rio de Janeiro] estava vazia, vazia. Parecia um deserto. Aquilo ali me bateu muito forte, sabe? E aí, dentro de casa, mesmo vendo pouca coisa para não pirar, eu entendi que o nosso país definitivamente —eu já tinha essa noção, mas agora eu entendi—, o nosso país vive num regime de ignorância muito forte. E a ignorância, ela é muito valente, né? Ela não tem limite. Então, acho onde vai morrer muita gente, sabe? Eu acho que as pessoas se esqueceram do H1N1.

Você não se arrepende nem um pouco de ter votado, de ter apoiado e de ter feito campanha para Jair Bolsonaro?

Não. Se alguém aqui viesse me apresentar: 'Tem esse cara aqui, esse cara é melhor'... E olha que eu tenho estudado, olha que eu tenho buscado, tenho pensado, pelo simples fato de que eu gostaria de criar os meus filhos neste país. Eu sou apaixonada pelo Rio de Janeiro. Deixa eu te falar uma coisa: não estão deixando o cara trabalhar, isso é lamentável.

Você percebe que, à medida que a popularidade do Bolsonaro cai e você insiste em defendê-lo, você está caindo junto?

Não, eu não estou defendendo. Essas pessoas que atacam o Bolsonaro precisam achar uma solução. Para a gente apontar um problema a gente tem que vir também com a solução. As pessoas podem achar que eu estou louca, podem me xingar, só vai ser um a mais, entendeu?

Antonia, não defende o Bolsonaro, você vai afundar junto. Você não admite?

Eu preciso deixar claro que não concordo em tudo com ele.

Ah, então você admite que ele fala asneiras?

Ele fala para caceta!

Repetindo: você admite que Jair Bolsonaro só fala asneiras?

Não senhor, eu não admito que ele só fala asneiras. Acho que ele não procura palavras para falar. Tem coisas incríveis que ele está fazendo.

Se ele falasse menos ele estaria em outra posição?

Com certeza, não tenho a menor dúvida. Assim como eu também.

Para mim está claro que você tem pretensões políticas. Você já foi procurada pelo Partido Novo, se eu não me engano, para ser candidata a prefeita do Rio de Janeiro.

Não vou falar partido.

Você aceitaria ser candidata a prefeita?

Recentemente eu fui chamada para outra reunião, para vir como vice de um homem que eu acho um cara bacana. Mas acho que ele não tem a menor chance. Agora, o que eu preciso dizer é o seguinte: se eu já sofro esse Inferno de Dante por ter um canal no YouTube e falar as coisas que eu penso a respeito de pessoas mascaradas... Eu sofro represálias, eu estou sofrendo ameaça de morte. Imagina se eu entrar na política?

Eu não tenho dúvida nenhuma de que daqui a uns anos você vai ser política.

Daqui a uns anos, eu não descarto nenhuma possibilidade. Mas hoje eu te digo que não. Hoje a minha posição é não.

Para a eleição deste ano, você vai vir candidata?

Nunca, nada estadual. Isso é nunca. Não tenho pretensão de fazer carreira política. E outra coisa: seria uma barbárie aceitar, eu não entendo absolutamente nada de política.

Mas aprende. Então, você sabe que um dia vai ser política, é isso?

Pode ser que sim um dia. Hoje não.

Antonia Fontenelle - Divulgação - Divulgação
A youtuber diz que se seguir carreira política será em Brasília
Imagem: Divulgação

Como está a sua vida amorosa?

Minha vida amorosa, cara, não, ela não existe.

Qual foi a última pessoa com que você transou?

Foi o Eduardo Costa

Você sente falta dele?

Não.

Por quê?

Por uma série de razões. Mas acho que uma delas é: como amigo ele é maravilhoso. Como homem, não.

Você sabe que eu critiquei muito você durante esse relacionamento, porque ele te ligava e você ia para Belo Horizonte. Ele nunca se deu o trabalho de conhecer sua família, conhecer sua casa, conhecer a sua vida aqui no Rio de Janeiro. Você acha isso também?

Não Leo, eu ia porque eu queria. Naquele momento, estava fazendo bem para mim. Tanto é que eu não fui mais na medida em que eu perdi o interesse. E outra coisa, ele disse para mim: traz a babá, traz o bebê para cá. Mas eu não apresento homem para filho meu se eu não tiver certeza de que esse cara vale a pena.

Você em nenhum momento teve certeza do Eduardo Costa?

Em nenhum momento, em hipótese alguma.

Mas ele parece ser uma pessoa boa, né?

Ele é gente boa.

Mas o Eduardo teve uma atitude nobre ao doar R$ 2,5 milhões ao SUS.

Olha, o Eduardo pode ficar muito danado da vida comigo neste exato momento, mas eu particularmente não acredito que ele tenha doado esse tanto de dinheiro para ninguém.

Você não acredita? Você acha que ele mentiu?

Não, eu não acredito. Eu acho que ele se empolgou. Bom, se ele realmente fez isso, ele vai provar que depositou esse dinheiro na conta do SUS.

É, mas você tem lá as suas dúvidas, é isso?

Eu tenho, eu não acredito que ele tenha doado R$ 2,5 milhões. Porque é muito dinheiro para o momento, e eu não acredito que o Eduardo disponha de tanto dinheiro para uma doação assim, sabe?

E a sua situação financeira como é que está? Você não recebeu [herança do Marcos Paulo] até agora né?

Não, não recebi. Agora está na parte que estão digitalizando o processo. O processo vai no teto, né? E estava todo escrito, então estão digitalizando para depois disso resolver. Vai ser resolvido, eu nunca baseei a minha vida nisso e você sabe muito disso, eu trabalho. Foi o que falei ontem, não dá para ficar 90 dias de bunda para cima esperando para ver o que vai acontecer. Tem que agir.

Desde que o Marcos Paulo morreu até hoje, você passou algum momento de dificuldade?

Muita, muita. Por exemplo quando a minha neta nasceu, que foi no Miguel Couto [hospital municipal do Rio]. Tudo bem que ela estava bem assistida, o diretor do hospital estava sabendo, porque um amigo meu político ligou pra ele.

Eduardo Paes?

Pedro Paulo. Com aquilo eu consegui enfiar mais umas 12 mulheres que estavam parindo na mesma tarde e sendo tratadas que nem gado na porta daquele hospital. E a culpa não é do diretor, mas de quem está ali, diariamente, e aquilo passa a ser normal. Enfim, foi uma experiência muito dolorosa e enriquecedora ao mesmo tempo. Eu estava com R$ 100 reais no bolso, sinto até vontade de chorar. Se desse alguma merda com a minha neta... Obviamente que eu tenho amigos, você sabe disso, você é um deles.

Eu estaria pronto para te ajudar. Não chora não, Antonia.

Mas eu evito sabe, Leo. Eu evito muito pedir as coisas para as pessoas.

A sua principal fonte de renda é o canal?

É o meu canal.

Mas você também recebe o auxílio do pai do seu filho, né?

É, o Jonathan dá uma pensão para pagar a babá, entendeu?

Esse valor com o Jonathan é o que foi acordado na Justiça?

Não foi o que ele determinou. Ele determinou um valor e depois falou que não estava com condições de pagar. Leo, eu criei um filho sem pai, o mais velho, e hoje eu sei as condições disso, de ser pai e mãe. E o Jonathan, ele é um cara presente.

O Jonathan é um grande pai.

Exatamente, nesse sentido ele é um grande pai. Então, assim, dinheiro não é tudo na vida, entendeu?

Ah mais ajuda.

Não, eu sei que ajuda e eu sei que se quiser dá para cumprir o que foi combinado. Mas só em ele ser presente, levar para a escola... Já é uma grande coisa.

Só para finalizar, eu queria voltar em uma questão. Se alguém provasse por pesquisas populares que você tivesse a mínima chance de ser prefeita do Rio de Janeiro, você viria candidata?

Não, não porque no Rio de Janeiro é uma política feita por gente bandida e eu não quero isso para a minha vida, não quero isso para a vida dos meus filhos. Eu quero um dia ir para Brasília se eu decidir.

Mas você não quer mudar essa situação do Rio de Janeiro?

Não, por dinheiro nenhum deste mundo. O Rio de Janeiro não tem conserto.

Blog do Leo Dias