Lives solidárias de cantores viram alvo de adulteração e pirataria
O boom das lives de cantores dos mais diversos gêneros no YouTube já está tendo suas primeiras consequências negativas. A plataforma de vídeos do Google foi tomada por transmissões pirateadas dos shows feitas por usuários mal intencionados, que se aproveitam da ingenuidade de internautas para arrecadar dinheiro para si próprios.
Bruno & Marrone, que protagonizaram a live de maior relevância nesta quinta-feira (9), tinham 1,4 milhões de espectadores simultâneos quando este texto foi publicado. A transmissão oficial dos sertanejos contava fixamente com um código QR patrocinado por uma carteira de pagamento digital. Ao escanear aquele código, o internauta pode doar quanto quiser para uma instituição de caridade.
E é justamente no código QR que mora o perigo: a Coluna do Leo Dias contou seis links piratas da apresentação de Bruno & Marrone. Destas, cinco deram zoom na imagem para não exibir o código. E outra, com mais de 200 mil pessoas, inseriu seu próprio código de pagamento por cima do veiculado na transmissão original da dupla.
A cara de pau dos estelionatários é tamanha que chamou a atenção dos próprios cantores, que interromperam sua apresentação para pedir aos internautas que tomassem cuidado e verificassem se estavam acompanhando a transmissão pelo canal oficial deles.
Na noite de quarta-feira (8), Marília Mendonça também foi alvo da ação criminosa. A Coluna do Leo Dias chegou a contar vinte transmissões ilegais, de forma simultânea, da live da cantora. Seu alcance poderia ter sido ainda maior se o YouTube tivesse uma ferramenta de direitos autorais mais eficiente.
O apresentador Celso Portiolli, que conta com quase cinco milhões de inscritos na plataforma de vídeos do Google, também notou a proliferação de conteúdo pirateado e adulterado. "Quando você posta um vídeo que tem dez segundos de música qualquer, o YouTube derruba seu vídeo. Agora os caras estão fazendo retransmissão da live e pedindo dinheiro. Isso pode?", questionou ele.
A ferramenta de direitos autorais do YouTube, de fato, peca pela sua ineficiência e pelas constantes falhas na detecção de conteúdo pirata. Não é raro que materiais legais sejam tirados do ar de maneira indevida: um exemplo disso é a abertura do Big Brother Brasil 20, publicada pelo canal oficial da Globo. O site tirou o vídeo do ar permanente por... acreditem se quiser: violar direitos autorais da própria Globo.
*Com colaboração de Gabriel de Oliveira
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