Jornalismo do SBT entra em pânico com confirmação de âncora com coronavírus
A notícia de que o jornalista Marcelo Torres foi contaminado pelo novo coronavírus gerou pânico e temor nos bastidores do departamento de Jornalismo do SBT.
O âncora do "SBT Brasil" aos sábados chegou a trabalhar doente e só foi afastado na última terça-feira (14), quando já tinha tido contato com diversos funcionários da emissora. Procurada, a assessoria de imprensa do canal não se manifestou.
Colegas do jornalista afirmam que é extremamente provável que ele tenha sido contaminado dentro das instalações da emissora, localizada em Osasco, na Grande São Paulo. Ele vinha seguindo à risca o isolamento social proposto pelo Ministério da Saúde, e estava se deslocando apenas de sua casa para o trabalho.
Em uma rede social, Marcelo Torres confessou que apresentou o SBT Brasil do último sábado, dia 11, já com sintomas da Covid-19.
"Fui fazer o jornal com a garganta raspando um pouco. Na volta, em casa tive febre baixa, uns calafrios, me mediquei e passou", afirmou o jornalista.
Na terça, ele voltou a frequentar as dependências do canal de Silvio Santos, mas foi imediatamente afastado de suas funções por 14 dias pelo ambulatório da casa. Marcelo, porém, não queria ficar fora do trabalho: ele procurou um hospital particular para fazer o teste para coronavírus — e o resultado deste exame deu positivo.
A confirmação deixou todos os profissionais que frequentam o estúdio do Jornalismo da emissora alarmados. Principalmente os colaboradores do "Fofocalizando" e do "SBT Brasil", que tinham contato com o jornalista quase que diariamente e agora se queixam de não estarem recebendo o apoio necessário da direção do canal.
Um dos funcionários conversou com a Coluna do Leo Dias. Sob a condição de ter sua identidade preservada, ele afirma que o SBT está tratando os colaboradores não afastados de suas atividades presenciais de maneira relapsa, os expondo a diversos riscos diariamente.
"Só agora que decidiram testar todo mundo que teve contato com o Marcelo Torres. O SBT tentou abafar o máximo que pode... sequer nos vacinaram para o H1N1, como acontecia com todas as campanhas de vacinação promovidas pelo governo. Como só sobrou o jornalismo, o "Fofocalizando" e a parte operacional, estamos sendo tratados como cidadãos de segunda classe", desabafou o funcionário.
O contratado da emissora de Silvio Santos relata ainda que colegas do grupo de risco não foram remanejados para o regime de home-office, e que a direção não parece se importar com isso.
"Temos pessoa do grupo de risco trabalhando com a gente: uma senhora está se tratando de um câncer e até mesmo o Carlos Nascimento, pela idade e por doença pregressa. Nos obrigam a usar máscaras, mas só dão uma máscara por dia, sendo que elas só têm validade de duas horas", concluiu ele.
Outra fonte do setor revela que sequer a bancada onde é o "SBT Brasil" é apresentado passa por procedimentos adequados de higienização, sendo montada e desmontada todo dia de forma desleixada, ficando jogada nos corredores da emissora praticamente sem proteção.
A Coluna do Leo Dias revelou na terça que as primeiras medidas realmente efetivas do SBT para o combate ao coronavírus surgiram apenas após a morte de um colaborador da emissora no Rio de Janeiro. Após o fato, passou a ser obrigatório o uso de máscaras nas dependências do canal, sob pena de punições administrativas.
Procurada, a assessoria de imprensa do SBT não se manifestou. O espaço segue aberto caso a emissora queira se posicionar.
*Com colaboração de Gabriel de Oliveira.
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