Jornalistas cobram diretor da Globo sobre cortes, plano médico e Bolsonaro
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O diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, foi questionado por jornalistas da emissora em São Paulo, esta semana, sobre os cortes de pessoal, a mudança no plano de saúde da empresa e a complicada relação com o governo Bolsonaro.
Em reuniões internas na terça e na quarta-feira, Kamel procurou desvincular os cortes recentes de jornalistas do projeto "Uma Só Globo". Na nova estrutura, Globo, Globosat, Globo.com e Som Livre passam a ser uma só empresa. O novo modelo estabelece que a produção de conteúdo deve ser separada da gestão dos canais e serviços. Os ajustes incluem demissões em todas as áreas.
Segundo ele, os cortes, que ele classificou como "ajustes necessários, embora dolorosos", buscam adaptar o orçamento especificamente da TV Globo às necessidades atuais. O executivo buscou transmitir a ideia de que são coisas separadas - o "Uma Só Globo" e os cortes de pessoal no jornalismo.
A situação econômica do Brasil também foi mencionada. O executivo lembrou que as previsões sobre o crescimento econômico do país em 2019 se frustraram. Procurei a Globo para esclarecer melhor o que foi dito a este respeito.
"Na conversa, Ali Kamel disse que os economistas acreditavam que o ano de 2019 seria o ano da retomada, mas essa expectativa se frustrou. Chegou a brincar que economistas não são pitonisas. E disse que a Globo está muito confiante que em 2020 o Brasil volte a crescer e que a situação econômica melhore. Ele se referia ao Brasil e não à Globo", disse a emissora.
O executivo também deu explicações sobre o novo plano de saúde da empresa. Há insatisfação com a mudança, para pior, na qualidade do plano corporativo, a partir de janeiro de 2020. Profissionais que tinham direito a usar hospitais de ponta vão ter que recorrer a outros de padrão inferior. Funcionários com salário mais baixo vão perder o direito a quarto individual em caso de internação.
A Globo diz que "fez alguns ajustes no seu plano de saúde para continuar oferecendo umas das mais abrangentes coberturas e está segura de ter chegado a um modelo que resguarda o cuidado que historicamente tem com seus funcionários e familiares".
Durante a conversa, Kamel foi questionado sobre ataques à Globo formulados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Foi lembrado que ambos se referiram à emissora como "canalha". Ouvi relatos conflitantes sobre como o executivo respondeu ao assunto.
Segundo a emissora, Kamel defendeu a postura da Globo, observando que, diante do ataque do presidente Bolsonaro, o jornal "O Globo" publicou um editorial não em defesa da empresa, mas de seus jornalistas. "Ele também acrescentou que a Globo vai sempre seguir fazendo jornalismo com serenidade, sem ligar para ataques, mas defendendo sempre os seus jornalistas", disse a emissora.
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