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Mauricio Stycer

Favorita com 34 indicações, Netflix é esnobada e só ganha dois prêmios

Olivia Colman ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz pelo papel de rainha Elizabeth 2ª em The Crown - Sophie Mutevelian/Netflix
Olivia Colman ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz pelo papel de rainha Elizabeth 2ª em The Crown Imagem: Sophie Mutevelian/Netflix

Colunista do UOL

06/01/2020 02h06

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Com um ímpeto de produção agressivo não apenas em séries, mas também em filmes, a Netflix dominou as indicações ao Globo de Ouro de 2020. Foram 34, mais que o dobro do que qualquer produtor concorrente.

Foram 17 indicações para oito series ou minisséries (Living with Yourself, The Spy, Russian Doll, Dead to Me, The Crown, O Método Kominsky, The Politician e Inacreditável) e mais 17 para quatro filmes (O Irlandês, História de um Casamento, Dois Papas e Meu Nome é Dolemite).

Não à toa, o predomínio da Netflix foi tema de inúmeras reportagens antes da entrega do Globo de Ouro na noite deste domingo.

Logo no número de abertura, o apresentador da cerimônia, Ricky Gervais, chegou a fazer piada sobre o favoritismo da Netflix: "Ninguém mais assiste televisão", disse ele. "Todo mundo está assistindo Netflix. Esse programa deveria ser eu saindo e dizendo: 'Muito bem, Netflix, você ganha tudo'."

O resultado foi altamente decepcionante. A Netflix ganhou apenas dois prêmios, um por melhor atriz coadjuvante em filme dramático (Laura Dern em História de um Casamento) e outro por melhor atriz em série dramática (Olivia Colman em The Crown).

Em séries, o serviço de streaming foi superado nos prêmios principais pela HBO, que venceu com Chernobyl (minissérie) e Succession (drama), e pela Amazon, que ganhou com Fleabag (comédia).

Ao receber o prêmio por Chernobyl, o ator Jared Harris fez menção ao comentário inicial de Gervais e disse: "Viram? Nem tudo é Netflix".

Em cinema, a decepção foi ainda maior. Com três indicações a melhor drama (O Irlandês, Uma História de Casamento e Dois Papas), a Netflix foi derrotada pelo épico de guerra 1917, de Sam Mendes, produzido pela Universal. E em comédia ou musical, a aposta da empresa, Meu Nome É Dolemite, perdeu para Era uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino, da Sony.