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Mauricio Stycer

Silvio chama Bolsonaro de "patrão" e critica quem pensa diferente do chefe

Silvio Santos entrevistou o presidente Jair Bolsonaro em seu programa - Divulgação / SBT
Silvio Santos entrevistou o presidente Jair Bolsonaro em seu programa Imagem: Divulgação / SBT

Colunista do UOL

16/04/2020 16h17

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Silvio Santos raramente comenta notícias a seu respeito ou sobre o SBT. Não costuma se importar com críticas ou comentários negativos e, no fundo, acredita que é melhor ser falado do que ignorado.

O dono do SBT abre exceção, eventualmente, para fatos que afetem os seus negócios. Ou que coloquem em dúvida a sua posição de subordinação ao governo - qualquer governo.

Desde a década de 1970, Silvio Santos deu seguidas declarações e demonstrações de fidelidade canina ao governo federal. Sempre se colocou à disposição para promover ações governamentais. Mais de uma vez disse que o SBT não criticava o governo.

Por 16 anos, entre 1981 e 1997, exibiu aos domingos o quadro "A Semana do Presidente", divulgando a agenda de diversos mandatários, de João Figueiredo a Fernando Henrique Cardoso.

Este contexto é necessário para entender a surpreendente nota oficial que Silvio divulgou nesta quinta-feira (16), em resposta a uma nota publicada no site de "Veja". Segundo a revista, o empresário teria indicado ao presidente Jair Bolsonaro o nome do médico Cláudio Lottenberg para substituir Luiz Henrique Mandetta, no Ministério da Saúde.

"Em referência a matéria veiculada na coluna Radar da Veja, com o título 'Silvio Santos também indica nome a Bolsonaro para lugar de Mandetta' esclareço que Silvio Santos não se mete em questões políticas e nem falaria com o presidente Jair Bolsonaro sobre qualquer atitude determinada por ele", afirma a assessoria do dono do SBT.

Em seguida, é o próprio Silvio quem diz: "A minha concessão de televisão pertence ao governo federal e eu jamais me colocaria contra qualquer decisão do meu 'patrão' que é o dono da minha concessão. Nunca acreditei que um empregado ficasse contra o dono, ou ele aceita a opinião do chefe, ou então arranja outro emprego".

O texto reafirma uma posição de subalternidade que Silvio sempre demonstrou diante do governo federal e, de quebra, defende a decisão de Bolsonaro de substituir Mandetta por pensar diferente do chefe.