No maior papelão da carreira, ator se oferece na TV para cargo no governo
Que a área de cultura do governo Bolsonaro, até o momento, tem-se caracterizado como um deserto de iniciativas todo mundo já sabe. Não sai nada dali, nem mesmo uma mensagem de pêsames pela morte de artistas e criadores do primeiro time.
Já sabemos há alguns meses que, além de não (conseguir) fazer nada, Regina Duarte é alvo de intrigas variadas, destinadas a desalojá-la do cargo. A mais recente, na última terça-feira (05), envolveu a renomeação para a presidência da Funarte de Dante Mantovani, um homem que a secretária de Cultura não queria no cargo.
Essa jogada truculenta, evidentemente, sinalizou que a frigideira estava em fogo alto. No mesmo dia, bombeiros entraram em ação e a renomeação do funcionário foi cancelada.
Na quarta-feira (06), Regina almoçou e teve uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. O clima do encontro, segundo relatos feitos à Folha, foi de descontração, mas a sua continuação à frente da Secretaria Especial a Cultura ainda é incerta.
As especulações em torno de substitutos para a atriz na secretaria estão a mil. Vários nomes já foram mencionados nos últimos dias. Sabe-se lá como, entre eles, apareceu o nome do ator e produtor Mario Frias.
Sem a menor cerimônia, o ator demonstrou publicamente o seu interesse no cargo durante um debate com Fúlvio Stefanini na CNN Brasil. Contrariando todas as boas maneiras e os salamaleques exigidos nestes momentos delicados, ele disse ao canal: "Pro Jair, o que ele precisar, eu tô aqui".
E sublinhou: "Torcendo muito pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui. Respeito o Jair demais, vejo o Brasil finalmente com chances de ser respeitado, ser honesto. Vi gente falando essa bobagem de AI-5, intervenção militar, mas ele nunca disse isso, não defendeu isso. Tô pronto e aqui para o que precisar", disse.

A sua disposição de aceitar o cargo, mesmo que não tenha ainda ocorrido um convite formal, chamou tanto a atenção que os apresentadores da CNN caíram na gargalhada depois de encerrada a entrevista.
Entre todos os absurdos desta situação da Secretaria de Cultura, o papelão de Mario Frias ocupa um lugar especial pelo excesso de sinceridade.
Experiente, mas sem maior brilho, Frias tem no currículo participação em novelas e séries nas décadas de 1990 ("Meu Bem Querer", "Malhação") e 2000 ("Floribella"), além de ter comandado programas de pouco ou nenhum sucesso em anos mais recentes, como "O Último Passageiro" e "Tô de Férias".
Frias é um defensor ardoroso do presidente Bolsonaro. Em seu perfil no Instagram está sempre manifestando apoio ao governo e reproduzindo críticas aos opositores do presidente.
Um ator se oferecer para ocupar o cargo de uma colega no governo diz muito destes tempos atuais, de pouca compostura, ressentimentos a flor da pele e sanha incontrolável.
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