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5 cenas "politicamente incorretas" de "Trapalhões" que não iriam ao ar hoje

Gui Santana, Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Nego do Borel, Mumuzinho, Renato Aragão e Dedé Santana em "Os Trapalhões" - Rafael Campos/Globo
Gui Santana, Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Nego do Borel, Mumuzinho, Renato Aragão e Dedé Santana em "Os Trapalhões" Imagem: Rafael Campos/Globo

Do UOL, em São Paulo

18/07/2017 04h00

A nova versão dos "Trapalhões" estreou nesta segunda-feira (17) no canal pago Viva, com a missão de resgatar o humor que consagrou Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. O público, entretanto, não verá no programa as piadas "politicamente incorretas" da série exibida pela Globo entre 1977 e 1995.

Embora fossem adorados pelo público infantil, por causa do humor pastelão, os quatro trapalhões faziam piadas não recomendadas para crianças, com teor sexual e preconceituoso.

Na internet, é fácil encontrar quadros antigos com cenas homofóbicas e racistas, principalmente com Mussum, o único negro da trupe e mais carismático trapalhão.

No primeiro trecho liberado pelo canal Viva, os novos "Trapalhões" Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana contracenam com Dedé Santana de lingerie em um quadro nonsense, outra marca do programa antigo, mas sem insinuações sexuais.

Se você não era nascido ou nunca procurou vídeos da série clássica na internet, o UOL lista cinco momentos "politicamente incorretos" dos "Trapalhões".

  • Reprodução/TV Globo

    "Super-Homem" racista

    Mussum era alvo constante de piadas em "Os Trapalhões". Até ele se chamava de "petróleo" e "escurinho", mas o tom piorava quando outras pessoas o xingavam. Em uma paródia de "Super-Homem", Didi voava pelo céu mas era ridicularizado por Mussum: "É uma arara cheia de 'mé'!" Didi respondeu: "Arara é sua mãe, criolo! Kunta Kinte é o que você é! É urubu e não 'avoa'!"

  • Reprodução/TV Globo

    "Se disser urubu, vai ter outro pau aqui fora!"

    Em outro momento racista, Mussum foi chamado pelo garçom de um restaurante italiano de "boi da cara preta" e "galinha de macumba". O trapalhão se irritou e partiu para cima dele, mas o clima esquentou quando Zacarias brigou com mafiosos e todos foram parar na cadeia. O delegado prendeu os valentões citando aves, mas Mussum falou isso na vez dele: "Se disser urubu, vai ter outro pau aqui fora!"

  • Reprodução/TV Globo

    Agressão a "gay"

    Este quadro exibido em 1982 seria considerado homofóbico nos dias atuais. Dedé dá dicas para um colega seduzir uma garota, mas Didi ouve a conversa pela metade e pensa que o trapalhão está namorando o rapaz. Em outro momento, Didi e Mussum veem Dedé provando um vestido e, depois, o flagram ao telefone falando o "nome de guerra". Eles dão vassouradas no amigo pensando que ele era gay

  • Reprodução

    Zacarias e a "bandeira do Palmeiras"

    Mais um momento racista dos "Trapalhões", mas não envolve Mussum. Uma mulher pergunta a Zacarias quais são as cores da bandeira do Palmeiras. "Branco, verde e preto", responde o trapalhão. Ele é corrigido pela mulher, mas insiste: "Preto, a que eu vi era preto". Ela pergunta: "E que preto é esse que você viu na bandeira do Palmeiras?" Zacarias completa: "O criolo que estava carregando a bandeira"

  • Reprodução/TV Globo

    Mussum reclama de racismo

    Os trapalhões disputam quem vai tomar banho primeiro e Mussum, que chega na frente, se sente prejudicado: "Eu acho que nisso aqui tem racismo, vocês estão com inveja dessa minha corzinha coloridinha". Os colegas dizem que não há preconceito entre eles e Didi sugeriu que todos fossem "azuis" para "acabar com esse complexo": "Os azuis claros na frente e os azuis escuros atrás"