5 tropeços de "A Lei do Amor" que explicam a segunda pior audiência das 21h
"A Lei do Amor" escapou por pouco de ser a novela das 21h com pior audiência do horário, mas neste caso a medalha de prata tampouco é motivo de comemoração. A trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari termina nesta sexta-feira (31) com uma média geral na casa dos 27 pontos, só perdendo para "Babilônia", que estacionou nos 25. Assim como a história de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, passou por várias tesouradas, mas terminou sem encontrar seu caminho.
Por um lado, o folhetim, que dá lugar a "A Força do Querer", de Gloria Perez, padece de um mal que tem acometido várias tramas no chamado horário nobre, e especialistas ouvidos pelo UOL acreditam que os números não voltarão a subir como há alguns anos.
"Não existe uma fórmula mágica. Mas é certo que o público que liga a TV às 21h está mais exigente e engloba um universo muito mais amplo do que o público das 18h e 19h (horários em que as novelas têm apresentado resultados melhores, guardadas as devidas proporções de audiência). Dificilmente voltaremos a ter uma novela como 'Avenida Brasil', considerada um fenômeno que todos os públicos abraçaram", analisa o crítico do UOL Nilson Xavier.
Para Tony Goes, colunista do F5, a faixa das 21h "já não é mais um tiro certeiro". "O público de hoje é fragmentado demais, variado demais. Além disso, já há toda uma geração que sequer assiste televisão. Esse pessoal não verá nem a melhor novela do mundo. Dito isto, me arrisco a propor um caminho: tramas simples, que podem ser resumidas numa frase. Como a de 'Avenida Brasil': moça procura se vingar da mulher que roubou e provocou a morte de seu pai. Não é original, mas todo mundo entende, todo mundo gosta e todo mundo lembra", aposta ele.
Mesmo com a audiência do horário em baixa, "Velho Chico" e "A Regra do Jogo" se saíram melhor que "A Lei do Amor". Abaixo, listamos alguns dos tropeços que contribuíram para os baixos índices no ibope.
As apostas furadas da novela
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Trama desconfigurada
Assim como "Babilônia", "A Lei do Amor" sofreu várias modificações para tentar recuperar a audiência perdida, só que o tiro saiu pela culatra e não recuperou o fôlego do folhetim. "Diante de um elenco numeroso e complexo, distribuído em muitos núcleos familiares, a trama, que já era confusa por conta de todos esses núcleos, acabou se perdendo em meio a tantas modificações no roteiro e perfis de personagens, somados à saída de outros personagens. Uma salada que já era complexa no início, que se perdeu e não conseguiu encontrar um caminho eficiente", analisa Nilson Xavier.
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Protagonistas sem sal
Para quem gosta de torcer pelos mocinhos, foi difícil se empolgar com Helô (Claudia Abreu) e Pedro (Reynaldo Gianecchini), mesmo com todos os clichês usados em abundância para adiar o previsível final feliz, como o fato de ela flagrá-lo na cama com outra duas vezes e de o velejador descobrir que tinha duas filhas somente anos depois. "O casal central não tinha mais muitos entraves impedindo-os de ficarem juntos; mesmo assim, os autores ficaram criando obstáculos improváveis", diz Tony Goes.
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Personagens caricatos
A novela pecou ainda em alguns personagens chave, como Tião (José Mayer), exagerado em seus acessos de raiva e sua obsessão por Helô. "A vilã Magnólia (Vera Holtz, magnífica como sempre) era para ser uma personagem complexa, devota e devassa ao mesmo tempo, mas frequentemente seu texto caiu na caricatura", aponta Tony.
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Mistério fraco
Marina ou Isabela? Muitos capítulos da novela foram desperdiçados com a pergunta que, no fim das contas, não mudou o rumo da trama. Ainda assim, o retorno de Alice Wegmann ao folhetim foi transformado no principal mistério de "A Lei do Amor" em sua reta final, com direito a três desfechos gravados para despistar o público.
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Atores desperdiçados
Além de Tarcísio Meira, que passou boa parte da história numa cama de hospital, a trama também pouco aproveitou a presença de Claudia Raia. Sua Salete não repercutiu como mulher sexualmente independente (a dona do posto se envolvia com os funcionários mais novos), como mãe (apesar dos conflitos com a filha biológica), nem como política (já que a trama com esse teor ficou em segundo plano).
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