Censura, chilique e "anti-orgulho" gay: relembre sete polêmicas de Clodovil

Controverso e um criador de polêmicas como poucos, Clodovil Hernandes (1937-2009) marcou a alta costura e a televisão com sua personalidade forte e opiniões contundentes. A trajetória do estilista e apresentador virou livro, "Tons de Clô" (Editora Best Seller), assinado pelo escritor e jornalista Carlos Minuano.
A publicação nasceu a partir de uma reportagem de Minuano para o UOL, no final de 2012, sobre a inauguração de um espaço em homenagem a Clô, e reúne fatos históricos da carreira dele como estilista, apresentador e deputado, incluindo barracos, discussões ao vivo e uma lista de amigos e desafetos. Um deles, Ronaldo Ésper, já foi alvo da língua afiada de Clô, mas aceitou o convite de Carlos Minuano para escrever sobre o colega de alta costura.
A seguir, relembre sete querelas do apresentador que estão em "Tons de Clô", que será lançada em 22 de novembro na Livraria da Vila Fradique Coutinho, em São Paulo.
Ditadura e barracos na TV: as polêmicas de Clô
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Carro Clodovil
Clodovil lançou uma infinidade de itens de moda com sua assinatura, como calças jeans (com direito a uma propaganda que mostrava um cacho de bananas revestido com brim azul), bolsas e valises de couro, lenços e perfumes, seguindo a tendência entre os grandes costureiros. Só que Clô foi mais longe e assinou até carro! Nos anos 80, chegou a ser vendido pela Chevrolet o Monza Clodovil
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Perseguição na ditadura
Clodovil ganhou espaço na TV e foi jurado de Chacrinha nos anos 70, mas não era bem visto pela Censura Federal e fez parte de uma lista de "indesejáveis" (como chegaram a ser chamados pela imprensa da época). O programa chegou a trocar Clô por Lúcio Mauro, carimbado com o apelido de "anti-Clô", mas o Velho Guerreiro pediu que as autoridades reconsiderassem a medida
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"Assembleia prostituinte"
Ao ver a troca de interesses entre deputados durante a aprovação da Assembleia Constituinte, Clodovil se indignou na TV, encarou a câmera e perguntou ao vivo: "O Congresso está votando na Constituinte ou na prostituinte?". O comentário desagradou o então presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, que também presidia a Assembleia que promulgou a Constituição de 1988
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Língua solta
Por causa da língua solta, Clodovil começou a passar mais tempo afastado da televisão do que trabalhando nela. Em 1º de maio de 2001, após dois anos fora da TV, ele retornou para apresentar o programa "Mulheres", da Gazeta, ao lado de Christina Rocha. O estilista não engoliu a colega de palco e deu chilique ao vivo: "Vou me afogar nas águas sujas do Tietê se tiver que continuar ao lado dessa mulher"
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Desobediência
Da Gazeta, Clodovil migrou para a RedeTV! e apresentou o programa "A Casa É Sua" ao lado de Ofrásia, personagem de Vida Vlatt. Ao livro "Tons de Clô", a atriz afirma ter presenciado muitas situações difíceis. Por exemplo, se chegasse alguma orientação da chefia para não falar sobre um assunto qualquer, ele invariavelmente abria o programa falando desse tema. E era punido pela desobediência
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Barracos ao vivo
Barracos na TV viraram rotina na carreira de Clodovil como apresentador. Durante uma entrevista, um advogado falava sobre o funcionamento das taxas bancárias, mas o estilista queria que ele criticasse os bancos. Impaciente, o especialista se levantou no meio do programa, ajeitou o paletó e avisou: "Eu vou embora". E os dois começaram a discutir ao vivo. "Por quê? Não está gostando do que eu estou falando?", quis saber Clô
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"Anti-orgulho" gay
Homossexual, Clodovil não poupava críticas ao movimento LGBT. Um dos alvos foi a parada que reúne milhões na Avenida Paulista. "Essa Parada Gay, por exemplo, eu nunca iria realmente, e as pessoas pensam que eu sou contra. Eu não tenho orgulho nenhum de ser gay". No livro, Ronaldo Ésper diz que Clô gastou "tubos de dinheiro" com muitos garotos de programa: "Ele era voyeur, gostava de ver e filmar".
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