De Gugu ao "sushi erótico", livro resgata bizarrices dos anos 90 na TV
"Banheira do Gugu", É o Tchan, Mamonas Assassinas, "Sushi Erótico", Tiazinha... Toda essa salada de entretenimento ia ao ar constantemente na TV dos anos 90. Como conseguimos sobreviver a esse período tão estranho? Para responder a essa questão, ninguém melhor do que um "sobrevivente" da década, que voltou à moda e será tema da próxima novela das sete da Globo, "Verão 90".
Danilo Nogy, 29 anos, administra o "Canal 90", referência sobre tudo que aconteceu na TV, na música, na moda e no comportamento da última década do século 20. O UOL entrevistou o youtuber em 2016, quando o canal tinha 200 mil seguidores. Em 2018, ultrapassou 1 milhão de inscritos, e o sucesso fez Nogy escrever um livro sobre o período.
"Como Eu Sobrevivi aos Anos 90" (Planeta), lançado no final de 2018, resgata o melhor (e o pior) dos anos 90: da alta tecnologia dos bichinhos virtuais (os tamagotchis) e dos cartuchos de videogame às bizarrices da televisão. O livro tem um quê de autobiográfico, mas mata a saudade de quem viveu a década com referências a marcas, artistas e programas da época.
5 esquisitices que assistimos na TV nos anos 90
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Gugu x Faustão na guerra de audiência
Os domingos na TV dos anos 90 foram marcados por uma disputa intensa por audiência entre Gugu Liberato e Fausto Silva. O "Domingão do Faustão" perdia constantemente para o "Domingo Legal", que passava horas exibindo homens e mulheres de biquíni caçando sabonetes, com direito a mão boba e peitinhos. Para competir com a "Banheira do Gugu", a Globo exibiu um "Sushi Erótico" servido sobre mulheres nuas em um restaurante japonês. "A busca pelo Ibope aos domingos era a própria essência da década: imoral, engraçada e indecente", escreve Nogy no livro.
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"Boquinha da Garrafa" e o duplo sentido
Pobres crianças que pensavam que "Olha o kibe", cantado por Beto Jamaica, vocalista do É o Tchan, era o prato típico árabe. As músicas de duplo sentido fizeram a cabeça das crianças dos anos 90, que ouviam sem preocupação versos dos Mamonas Assassinas como "Me passaram a mão na bunda e ainda não comi ninguém" e ralavam na boquinha da garrafa, hit do Companhia do Pagode. Até um concurso no "Topa Tudo Por Dinheiro" (SBT) foi criado para escolher a melhor versão mirim de Carla Perez.
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"Poperô"
A dance music virou mania no início dos anos 90, principalmente com o grupo belga Technotronic e o hit "Pump Up The Jam". Por causa deles, a música eletrônica foi chamada no Brasil de "poperô". No livro, Danilo Nogy explica a origem do apelido: "A galera ouvia 'pump it up' no refrão e entendia 'poperô'". O sucesso europeu embalará a próxima novela das sete da Globo, "Verão 90", da qual o youtuber participou do evento de apresentação com o elenco.
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Brinquedos e suas frustrações
Bichinhos virtuais e outras bugigangas fizeram a alegria das crianças dos anos 90. Dois apresentadores dominavam as prateleiras das lojas: Eliana e Gugu. Ela estampava caixas de cozinhas e máquinas de fabricar chocolate e sorvete, enquanto ele vendia tocas, truques de mágica e até minipostos de gasolina. Mas vários destes brinquedos, como Danilo Nogy conta no livro, frustravam as crianças. Por exemplo: para produzir chiclete na maquininha de Eliana, era necessário inserir... chiclete! E o Chutebol do Gugu consistia em uma bola presa a um barbante. Como aprender a jogar bola assim?
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Personagens macabros
Os programas infantis dos anos 90 também tinham personagens que botavam medo nas crianças, como o estranho Professor Tibúrcio, de "Rá-Tim-Bum", e o Lobo Mau da série "Mundo da Lua", ambas da TV Cultura. Em "Castelo Rá-Tim-Bum", sucesso da mesma emissora, quem mais assustou o público foi Dr. Victor disfarçado de monstro para tirar Nino da frente da TV. "O episódio deveria ser considerado um spin-off de terror para maior de 18 anos", escreve Danilo Nogy no livro.
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