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Trama realista, "Velho Chico" coleciona absurdos; veja lista

Do UOL, em São Paulo

15/04/2016 15h12

Exibida há um mês, "Velho Chico" vem conquistando elogio de crítica e público pela história clássica, ritmo rápido da narrativa, boas atuações e produção caprichada. Não só pelos acertos, entretanto, a novela está despertando atenção.
 
Situações inverossímeis, falhas de continuidade e absurdos para um folhetim datado, que se inicia em 1968 e chega aos dias atuais em sua segunda fase, já foram percebidos no pouco tempo que a trama está no ar. 
 
A seguir, o UOL lista erros, exageros e casos surreais que exemplificam como a pretensa liberdade poética de "Velho Chico", uma fábula com toques de realismo, ultrapassou em muito o limite do bom senso.

  • Reprodução/TV Globo

    De época, mas nem tanto

    "Velho Chico" dá a impressão de estar estar perdida no tempo. Com seus turbantes e vestimentas de época, empregadas da novela estariam perfeitamente caracterizadas se estivessem em "Escrava Isaura". No entanto, o processo de abolição da escravatura já havia começado 80 anos antes com a Lei Áurea. A moda da trama parece ter ficado presa ao passado, ignorando novos hábitos e costumes

  • Reprodução/TV Globo

    Novela fora da realidade

    Ambientada no fim da década de 1960, a novela ignorou em seu início a popularidade de uma tecnologia que já havia chegado no Brasil há pelo menos 18 anos: a televisão. A TV Tupi já fazia história, com novelas como "Beto Rockfeller", a Record comemorava o sucesso da "Família Trapo" e até mesmo a Globo já havia iniciado sua transmissão, mas a família rica do coronel Afrânio não tinha um aparelho de TV. A bem da verdade, a decoração da sala não condizia com o tempo em que se passava a primeira fase da novela - mais parecendo um antiquário, com velhos gramofones e um telefone de disco

  • Reprodução e Caiuá Franco/Globo/Divulgação

    Mesma pessoa?

    O bom vivant, mulherengo e estudante de direito, que se viu obrigado a assumir os negócios da fazenda com a morte do pai, se transformou em um autoritário e debochado coronel. As mudanças de Afrânio foram além do cabelo (de encaracolado para liso) e do estilo de roupa, mas afetaram a própria personalidade do personagem. Como notou Flávio Ricco, do UOL, a impressão que dá é que o ator Antônio Fagundes não assistiu aos capítulos com Rodrigo Santoro - e se assistiu, não se importou nem um pouco em mudar radicalmente o jeito do personagem

  • Reprodução/Rede Globo

    Azul ou verde?

    Um aparente erro de continuidade da novela fez os telespectadores ficarem confusos. Em uma sequências de cenas, Antônio Fagundes surge ora usando um paletó azul ora verde. A direção da trama não notou a gafe, mas o público percebeu e alertou o colunista Maurício Stycer, do UOL, sobre o casacão "bicocolor" do coronel

  • Reprodução/TV Globo

    Dá pra acreditar?

    Na primeira fase, Maria Tereza deveria estar na faixa dos 16 anos. Vinte e oito anos depois, a atriz Julia Dalavia sai da cena para entrar Camila Pitanga no lugar da personagem, que na trama já teria 44 anos. Muito inverossímil, levando-se em consideração que Pitanga está com 38 anos. Mais surreal ainda pensar que a personagem tem um filho de 28 anos, apenas 10 anos a menos do que a atriz na vida real. Curiosamente, Letícia Sabatella, que desistiu de participar da novela, tem os exatos 44 anos de Maria Tereza