Incesto, pedofilia e mamilos: 5 assuntos de "Tieta" que não passariam hoje
Já faz quase 30 anos que "Tieta" estreou no horário nobre, provocando e afrontando a família tradicional brasileira com uma protagonista fogosa e sensual e muitos personagens com pensamentos claramente retrógrados expostos sem meias palavras.
Adaptação da obra de Jorge Amado, a trama de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn a trama está no ar no Viva e é o maior sucesso da história do canal especializado em reprises.
Desde 1989, quando foi exibida pela primeira vez, o mundo mudou e muito do que é mostrado não passaria impune nos dias de hoje. Relembre cinco momentos em que a novela foi politicamente incorreta.
Ousadias e provocações de "Tieta"
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Incesto
Não era só Perpétua (Joana Fomm) que não gostava da aproximação de Tieta (Betty Faria) com seu filho, Ricardo (Cássio Gabus Mendes): a relação entre tia e sobrinho foi um dos pontos polêmicos da novela e levou tempo até ser aceita pelos telespectadores e, muito provavelmente, não seria possível nos dias de hoje. O fato de o jovem ser um tímido seminarista tornou o tema ainda mais delicado.
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Mamilos e nus
"Tieta" causou até na vinheta de abertura com os seios de Isadora Ribeiro à mostra. Na época houve polêmica, claro, mas mamilos se tornaram ainda mais polêmicos e são vetados inclusive nas redes sociais. A trama também revelou outros corpos, inclusive de homens, que é menos comum na nossa teledramaturgia: Cássio Gabus Mendes gravou duas sequências completamente nu.
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Pedofilia
Mesmo inexperiente, Imaculada (Luciana Braga) bem sabia que Artur da Tapitanga (Ary Fontoura) não era flor que se cheire: a rolinha mais empoderada de seu harém nunca deu chance para o prefeito de Santana do Agreste, a quem enganava constantemente para não lhe fazer favores sexuais em troca de casa e comida, como as demais. Apesar da aparência de menina púbere, a atriz tinha 26 anos na época.
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Fanatismo religioso
Beata por fora, recalcada por dentro, Perpétua (Joana Fomm) era a maior fiscal da moral e dos bons costumes, embora de santa não tivesse muita coisa. Tudo em nome da família. A mentora de Amorzinho (Lilia Cabral) e Cinira (Rosane Gofman) acreditava ter mais autoridade na paróquia que o padre Mariano (Claudio Corrêa e Castro). E a viúva tem um segredo nada casto, revelado no capítulo final.
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Machismo sem filtro
Assim que volta à cidade natal, Tieta é recebida por Bafo de Bode (Bemvindo Sequeira), o bêbado da cidade, que "elogia" a beleza da protagonista dizendo que ela "não é uma mulher, é uma plantação inteirinha de xibiu" (palavra usada para se referir ao órgão sexual feminino). Além disso, quenga é uma ofensa usada como vírgula na trama. Quem ousaria usar esse linguajar, mesmo que ficcional, em 2017?
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