Marocas feminista e fã de funk: como personagem pode desbravar o século 21
Do UOL, em São Paulo
14/08/2018 04h00
Mocinha que não aceitava muitas das convenções de sua época, Marocas despertou depois de 132 anos congelada e se deparou com um mundo totalmente novo em "O Tempo não Para".
Como a personagem de Juliana Paiva vem se comportando desde que acordou no século 21 é uma das partes mais interessantes da trama Mário Teixeira.
Ela já conheceu a televisão, se deparou com uma São Paulo de arranha-céus e se assustou com um elevador. A seguir, veja como a mocinha pode desbravar esse novo mundo do qual agora faz parte:
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Líder feminista
Como seria a Marocas do século 21? A filha de Dom Sabino (Edson Celulari) teria tudo para ser uma revolucionária.
Após ficar congelada por mais de cem anos e despertar, em 2018, a personagem ficou admirada por ver mulheres assumindo postos de trabalho que antigamente eram designados somente aos homens.
Não seria nenhuma surpresa vê-la como líder feminista, defendendo a igualdade de gênero em alguma passeata na Avenina Paulista. -
Paixão nacional
Quando Marocas sofreu o acidente que a deixou congelada em um naufrágio, em 1886, o futebol ainda demoraria alguns anos para chegar ao Brasil.
Por pertencer a uma família nobre e que viajou por muitos países da Europa, é possível que ela tenha conhecido o esporte, que nasceu na Inglaterra, mas é improvável que alguma vez tenha participado de uma pelada.
Paixão dos brasileiros, o futebol durante muitos anos era praticado apenas por homens. Marocas bem que poderia deixar os longos vestidos de lado e entrar em campo com as irmãs. -
Rainha das tendências
Nesta semana, a mocinha finalmente deixará de lado seu figurino de época, mas ela ainda precisa se atualizar das novas tendências do universo fashion.
Depois de tomar um banho de loja, a personagem bem que poderia virar uma blogueira de sucesso. Já pensou vê-la arrasando com uma calça jeans, corte de cabelo moderno ou até de blusa cropped?
A Rochelle (Giovanna Lancellotti), de "Segundo Sol", que prepare! -
Descendo até o chão
Se assistir a uma cena mais apimentada de novela pela "tela animada" (nome que ela encontrou para definir a TV) já chocou Marocas, imagine vê-la num baile funk?
A aglomeração, a música alta e a coreografia em si do pancadão com certeza seriam um evento marcante para a filha dos Sabino Machado. Seria o batismo perfeito para ela entender de uma vez que os tempos são outros.
Aliás, como mora na Freguesia do Ó, é bem provável que ela não demore em conhecer alguns dos bailes da região e seu entorno, que reúnem milhares de jovens.
Dom Sabino Machado, por sua vez, não deve demorar em descobrir que existe a lei do silêncio. -
Dominando a web
Ainda se adaptando às maravilhas do mundo moderno, Marocas certamente nunca deixará de ser uma leitora voraz, mas ela será outra pessoa quando tiver o primeiro celular.
Já pensou ver a jovem, que é naturalmente vaidosa, fazendo aquela selfie em frente ao espelho?
Se Marocas gostar das redes sociais, não faltarão debates cheios de opinião. Queremos vê-la derrubando a internet com muito textão. -
A luta não terminou...
A escravidão foi abolida no Brasil dois anos após o trágico acidente com a família Sabino Machado.
Marocas era uma crítica do regime escravocrata e ficou muito animada ao saber, após ser descongelada, sobre a conclusão do processo de abolição com a Lei Áurea, em 1888.
Mas ela ficará surpresa ao descobrir que os negros continuam enfrentando discriminações desde a época em que a casa grande e a senzala eram uma realidade.
Agora sem escravidão, Marocas saberá o que significa o racismo. E não seria de estranhar que a personagem de Juliana Paiva abraçasse forte a causa e virasse uma militante na luta pela igualdade.