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Menos ostentação? Saiba como estão as "Mulheres Ricas" em tempos de crise

A socialistes da primeira temporada de "Mulheres Ricas": Val Marchiori. Lydia Sayeg, Narcisa Tamborindeguy, Brunete Fraccioli e Debora Rodrigues - AgNews/Reprodução/Divulgação
A socialistes da primeira temporada de "Mulheres Ricas": Val Marchiori. Lydia Sayeg, Narcisa Tamborindeguy, Brunete Fraccioli e Debora Rodrigues Imagem: AgNews/Reprodução/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

23/01/2017 04h00

Há cinco anos, o Brasil foi surpreendido por cincos socialites que exibiam seus hábitos de luxo na televisão. A primeira temporada do reality show “Mulheres Ricas”, na Band, contou com as desinibidas Val Machiori, Narcisa Tamborindeguy, Lydia Sayeg, Brunete Fraccaroli e Debora Rodrigues. Cada uma no seu segmento, elas ostentavam carrões, roupas de grife, passeios de barco, e o que parecia futilidade, transformou-se em fenômeno de audiência na emissora.

Em tempos de economia em alta – e em que ostentar nas redes sociais não era tão explícito –, os telespectadores tinham curiosidade em saber como viviam as ricaças em um país em desenvolvimento como o Brasil, a guerra de egos que pairava entre elas e quem tinha mais poder aquisitivo. Mas como estarão hoje as estrelas da primeira edição?

Mais popular participante do programa, Val Marchiori diz que "Mulheres Ricas" foi "um divisor de águas em sua vida”. "De repente me vi andando nas ruas de Milão e as pessoas gritavam ‘hello’ [bordão que popularizou no programa]. Fui notícia em vários veículos do mundo, como no ‘The Guardian’, ‘The New York Times’ e até na TV Al Jazeera”, conta. Embora não tenha largado sua inseparável taça de champanhe, a empresária admite que a atual crise "afetou a todos".

Para Lydia Sayeg, herdeira da joalheria Casa Leão, o pior efeito da crise foi "um preconceito terrivelmente agressivo a quem gera riqueza". "O preconceito com o rico veio de todas as classes", lamenta a autodeclarada fã do juiz Sergio Moro. Narcisa, cuja vida parece ainda ser baseada no tripé festa-barco-helicóptero, ignorou perguntas sobre crise, mas acredita que uma nova temporada da atração faria sucesso nos dias atuais. "O público gosta de ver a vida de pessoas como nós. Glamour exerce uma atração", diz a dona de outro bordão conhecido, o famigerado "ai, que loucura!".

Brunete está em Miami, nos Estados Unidos. Como suas amigas, também lamenta a crise, mas para ela ostentar é ter qualidade de vida, "não é dinheiro na conta". A reportagem também entrou em contato com Debora, mas ela não retornou. Procurada pelo UOL, a assessoria da piloto de Fórmula Truck  informou que ela está cruzando de carro o país, fazendo o trajeto do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS) em uma ação de um patrocinador. 

Agora, pegue sua tacinha de champanhe, deite-se à beira da piscina e saiba por onde andam as "Mulheres Ricas" da primeira temporada. 

  • AgNews

    Menos investimentos, mais champanhe!

    Em 2016, o Brasil conviveu com a maior crise econômica recente do país, diferentemente da época de "Mulheres Ricas". Val Marchiori admite que os tempos são outros e que não dá mais para ostentar como antigamente. "Deixei de investir na minha transportadora e acabamos arrendando os caminhões. Não confiamos mais na economia do país, a crise afetou a todos", afirma ela. Apesar de conter os gastos com a empresa, Marchiori diz manter alguns hábitos que exibia no programa: "Não abro mão da minha champanhe, dos meus passeios em Angra dos Reis [RJ], passeios de helicópteros. Se isso é ostentar, ostento, mas trabalho para pagar. Continuo morando no mesmo lugar", afirma ela, que mora em uma mansão na região dos Jardins, bairro da zona sul de São Paulo. No auge do sucesso de "Mulheres Ricas", Marchiori afirma que ficou assustada com a fama. Ela conta que durante o Carnaval de Salvador, em 2012, estava no camarote da Band quando uma multidão a ovacionou durante a passagem do trio da Daniela Mercury. "O povo quando me viu, se virou para o camarote e começou a gritar meu nome. Fiquei assustada, foi quando realmente vi o sucesso do programa", lembra, saudosa.

  • AgNews

    Preconceito com os ricos

    Irreverente, a gemóloga (profissional especialistas em pedras preciosas) Lydia Sayeg adorava mostrar sua rotina, os momentos íntimos com o marido e com a filha durante o "Mulheres Ricas". Também ostentava muitas joias e era uma das melhores amigas de Val Marchiori, amizade que permanece até hoje. "Foi maravilhoso participar do programa. É uma experiência que poucas pessoas puderam ter. Sou muito grata a Deus de ter tido essa oportunidade maravilhosa, sou abençoada". Em um dos episódios, Lydia apareceu desfilando pela Avenida Paulista, em São Paulo, em uma Mercedes SLK conversível bebendo champanhe. Ela usava uma tiara de brilhantes na cabeça e um vestido prateado que havia comprado para assistir ao show da Cher em Las Vegas. Os tempos são outros, mas Lydia, fã declarada do juiz Sergio Moro, diz que não abandonou velhos hábitos e se revolta com a crise econômica que atingiu o país, que ela classifica de "guerra civil". "O que se implantou no Brasil foi um preconceito terrivelmente agressivo a quem gera riqueza. O preconceito com o rico veio de todas as classes, seja trabalhadora, recebedora de rendas. [Eles] tiveram raiva da classe que espalha o dinheiro no mercado", desabafa ao UOL a herdeira da joalheria Casa Leão.

  • Foto Rio News

    Que crise?

    Dona do bordão "Ai, que loucura", Narcisa Tamborindeguy era a participante mais, digamos, elétrica do programa. Ria de tudo e se divertiu como ninguém. Ao UOL, contou que no programa ela podia ser quem ela era. "Um reality show onde eu fazia a minha pauta, o meu roteiro, tudo muito autêntico, original. É claro que rolava alguns conflitos entre as participantes para dar pimenta ao show. Acho que o público gosta de ver a vida de pessoas como nós. Glamour exerce uma atração, mesmo com situações muitas vezes exageradas", conta a socialite, que destacou que seu episódio favorito foi quando as participantes passearam de helicóptero. A crise parece não ter chegado para Narcisa. Nas redes sociais, a socialite continua ostentando ao lado de amigos, seja em um banho de piscina em hotéis luxuosos ou passeio de barco e helicóptero. A socialite, que também participou da segunda temporada do "Mulheres Ricas", diz que gostaria de estar em mais uma edição do reality show.

  • Glauber Bassi/Divulgação

    A Barbie brasileira

    Comparada à Barbie por ser loira, muito vaidosa e colecionadora da boneca mais famosa do mundo, Brunete Fraccaroli era a "fofa" da primeira temporada do "Mulheres Ricas". Simpática, a arquiteta era a amigona de todas as participantes, mas diz que a exposição interferiu em seu trabalho. "O programa me colocou em evidência. Se por um lado o mundo conheceu minha personalidade, por outro acredito que este fato interferiu um pouco no trabalho do escritório, já que, depois do 'Mulheres Ricas', muitas pessoas me enxergam apenas como uma mulher rica, e não como excelente arquiteta", afirma ela, que está em Miami, nos Estados Unidos. Apesar da ostentação no reality, ela sempre disse que nunca foi rica, mas uma mulher que trabalha muito para conquistar seus bens. Além da arquitetura, Brunete é responsável por uma fábrica de aromas que herdou do pai. Pelas redes sociais, a arquiteta continua a exibir suas exposições de ambientes luxuosamente decorados e, como suas amigas, ela também lamenta a crise econômica. Mas para Brunete, ostentar é ter qualidade de vida: "Não é dinheiro na conta. Meu escritório fica na frente de casa e isso para mim é ostentar: não pegar trânsito, ter qualidade de vida. Dinheiro nenhum paga isso".Em 2016, Brunete sofreu um baque ao perder a cadelinha Sissi, que estava sempre com ela no 'Mulheres Ricas".

  • Divulgação

    Na estrada

    Debora Rodrigues era considerada a participante mais pé no chão e menos exibida de todas. Na época, a piloto de Fórmula Truck contou à revista "Veja" que foi convidada para participar do reality show para servir de contraponto às colegas Val Marchiori, Brunete Fraccaroli, Lydia Sayeg e Narcisa Tamborindeguy. "Eu não tenho nada a ver com elas. Eu não tenho frescura", disparou. A ex-sem-terra, que se tornou conhecida depois de posar para a revista "Playboy" em 1997, contou que o que a diferenciou das colegas é o tipo de vida e hábitos simples que sempre teve. Procurada pelo UOL, a assessoria de Debora informou que a piloto está cruzando de carro o país, fazendo o trajeto do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS) em uma ação de um patrocinador.