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Por onde andam? 9 chefs que perderam o "MasterChef" e ganharam nosso amor

Reprodução/Montagem UOL
Imagem: Reprodução/Montagem UOL

Do UOL, em São Paulo

28/03/2017 04h00

Eles conseguiram entrar na cozinha do “MasterChef Brasil”, mas acabaram não levando o troféu para casa. Apesar de não vencerem, todos caíram nas graças do público e, quiçá, ficaram até mais pops do que os campeões.

Estefano mudou radicalmente de vida e hoje pode ser visto na TV, Mohamad se diverte e ainda ganha dinheiro fazendo vídeos que parecem esquetes de humor, Iranete já está babando pelo primeiro netinho que vai nascer, Jiang vai abrir um restaurante de comida asiática e Lee está montando seu laboratório em casa.

A seguir, veja por onde andam esses e mais queridinhos do “MasterChef"

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    Jiang

    A chinesa Jiang, que inundou a internet com memes pelo jeito espontâneo de falar no segundo "MasterChef", se casou e teve uma filha, Cecília -- a sua melancia, como ela gosta de chamar a menina, em referência aos movimentos engraçados que ensinava aos colegas de programas para relaxar.

    A popularidade a fez receber um convite para apresentar "A Prévia", na Band, mas a vontade mesmo dela é ver se tornar realidade o sonho de ter um restaurante.

    Formada em estatística pela USP, ela acreditava que o "MasterChef" era a sua grande chance de mudar de ramo. E ela está próxima de conseguir. A expectativa é de abrir seu primeiro restaurante, em São Paulo, ainda neste semestre. "Estou montando meu restaurante que vai ser de cozinha asiática. Quero apresentar o tema de forma diferente. Quando se fala em comida chinesa no Brasil a primeira imagem que vem é de comida de delivery. Quero criar uma nova imagem para a comida chinesa", diz.

    Jiang explica que a proposta é "gourmetizar a comida chinesa" e, também, quebrar paradigmas: "Quero mostrar ao povo brasileiro que a comida de onde eu nasci não é só aquela de delivery. É mais gostoso e saudável".

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    Mohamad

    Mohamad tem orgulho de ter feito a primeira edição do "MasterChef Brasil", mas quase nunca se relaciona ao programa que o tornou conhecido.

    "Cada vez menos eu falo sobre o assunto e nem me apresento dizendo que participei da primeira temporada. E é exatamente para não ficar tão rotulado. Não é bom para mim. No que vai me agregar? Prefiro viver do presente do que sendo ex-alguma coisa", diz.

    Depois do programa, Mohamad até trabalhou em restaurante e fez alguns eventos. Mas foi em outra área que ele descobriu de que forma usar melhor o seu talento: como youtuber. O cozinheiro ensina há um ano na web receitas práticas, mas explora muito mais sua veia cômica e o lado ator no canal (Mohamad Hindi) que une entretenimento com prestação de serviço e lifestyle.

    "Eu gosto dessa coisa do entretenimento, da imagem. Diziam para mim, 'a câmera gosta de você. Aproveita isso'. A TV é um meio difícil, que acaba engessando e você não pode fazer o que tem vontade. Tive esse insight do Youtube. Se eu quiser cozinhar qualquer merda eu faço e a responsabilidade é minha", afirma ele, que na primeira série (Cozinha Sem Fogão), ensinou a fazer miojo com água de chuveiro e misto quente com ferro de passar roupa.

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    Raul

    Raul tinha uma carreira de dezesseis anos em publicidade quando entrou no "MasterChef Brasil" em 2015. Se não fosse pelo programa, ele acredita, não teria conseguido transitar de área.

    Ele e um amigo criaram uma empresa que organiza estratégias de comunicação com conteúdo de gastronomia. "Minha vida mudou da água para o vinho", comemora.

    Raul ainda pode ser visto na TV no programa "A Prévia", que antecede a atual edição do "MasterChef Brasil", com entrevistas e melhores momentos da competição culinária.

    "Nunca imaginei que isso [fazer um programa de TV] pudesse acontecer. Quando me convidaram, eu adorei. E é TV ao vivo! É muito legal. Eu adoro. Isso ocupa 40% do meu tempo. Do meu bolso, nada (risos)", brinca.

    Logo após o talent show, ele se casou e hoje, perto de completar 37 anos, diz que pensa mais sobre ser pai: "A idade vai batendo e temos que começar a pensar nisso. Já não sou mais menino. Eu e minha esposa somos muito felizes. Com certeza está nos planos termos um filho".

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    Iranete

    Iranete se inscreveu na segunda edição do "MasterChef Brasil" por curiosidade. "Foi uma oportunidade que a minha patroa me deu", diz. A empregada doméstica realizou o sonho de ficar perto de jurados que ela via somente na TV e, graças ao programa, conheceu ingredientes novos.

    "Eu era uma das mais simples lá dentro. Não tinha tanto conhecimento, não frequentava os melhores restaurantes, não sou viajada e aprendi muito lá". Iranete diz que não tem qualquer mágoa do programa e brinca dando risada: "Eu não fui a vencedora, mas fui a causadora".

    Ela afirma que até hoje faz pratos por encomenda e que as pessoas ainda a reconhecem pelo "MasterChef". Além da "fama", o que mudou após dois anos? "Nada", garante.

    "Eu continuo trabalhando na casa da mesma pessoa. Sou a mesma Iranete de sempre. Faço doces e comidas para fora. A diferença é que agora pedem: 'Quero tal pedido igual você fez no 'MasterChef'. Mas o meu tempero é a mesma coisa".

    Neste ano, a baiana vai se tornar avó pela primeira vez. Orgulhosa, ela fala sobre a expectativa: "No começo eu falava para a minha filha que não estava preparada para ser avó. No meu aniversário ela me deu um macacão de bebê e contou a notícia. Daí tem que aceitar, né? Já estou toda babando. Vai ser mais uma luz em minha vida".

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    Cristiano

    Cristiano soube aproveitar a visibilidade do "MasterChef", há dois anos, e também mudou de profissão. Ele, que era agente de trânsito, faz eventos de gastronomia e atende clientes por encomenda tanto em sua cidade, Porto Seguro (BA), quanto de outras partes do Brasil --sobretudo de São Paulo.

    "O 'MasterChef' foi importante para a minha realização pessoal. Eu fiquei conhecido, coloquei em prática o que eu sabia fazer e também ganhei conhecimento que não tinha da culinária", comemora.

    O sucesso fez com que ele fosse convidado até para ser o Rei Momo de Porto Seguro por dois anos seguidos. E não é que Cristiano gostou mesmo da experiência? "Rapaz, o cachê é bom! Se me chamarem de novo ano que vem eu aceito!", diz. Enquanto isso, o baiano se prepara para abrir um negócio próprio ainda este ano. Mas, ele adianta, não vai ser um restaurante tradicional.

    "Eu tenho vontade de abrir algo como uma petiscaria, mais nessa pegada de barzinho. Nada muito grande, que ofereça uma boa cerveja gelada e artesanal", conta.

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    Gleice

    Gleice encontrou no "MasterChef", em 2016, um certo alívio. Ela tinha acabado de saber que o irmão tinha sido assassinado na porta de casa ao ser avisada que havia conseguido uma vaga no reality show da Band. "De certa forma foi uma ajuda para que eu não caísse na tristeza", afirma.

    "Eu gravava o programa, mas nunca sai da minha realidade. Precisava separar as coisas. Quando estava fora do 'MasterChef', não pensava que estava no programa para eu poder conseguir viver a minha vida", conta.

    Após o programa, ela fez curso no projeto social Gastromotiva, voltado a pessoas de baixa renda e que tem como objetivo a inclusão por meio da gastronomia. Atualmente, Gleice trabalha na cozinha de uma padaria de alto padrão em Higienópolis. "Eu quero começar aprendendo em um lugar onde é mais fácil para eu emitir opinião e conseguir pensar diferente. Nesse lugar é oferecida uma comida diferente, mais prática do que sofisticada, mas que mesmo assim requer bastante técnica. [Como no 'MasterChef'], trabalhamos na correria também".

    Aos 21 anos, a paulistana concilia o trabalho com os estudos. Seu sonho é fazer faculdade de gastronomia. Outra mudança desde que entrou na cozinha mais famosa da TV é o assédio por onde passa: "As pessoas não esquecem, saio na rua e em qualquer lugar as pessoas me reconhecem. Isso é muito interessante. O 'MasterChef' é algo muito forte e representa algo que nunca vou deixar de ouvir".

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    Lee

    O cozinheiro que emocionou Paola Carosella pelo esforço em combater o desperdício, diz que o "MasterChef" o ajudou a divulgar a ideia de "um laboratório de gastronomia" para aproveitamento total dos ingredientes. Ele, que ainda trabalha como médico oncologista pesquisador de antioxidantes, decidiu investir no seu sonho após a passagem pelo talent show da Band no ano passado.

    "Resolvi montar meu laboratório sozinho. Está demorando, pois eu tenho pouca verba e não tenho patrocínio, mas tenho local. Comecei a reformar lentamente e já está com três quartos pronto. O projeto é sem fins lucrativos e chama-se: Laboratório do Lee - Gastronomia de Inclusão", conta.

    Lee comemora 28 anos de casado em 2017 e diz que está passando por um momento difícil porque sua cachorrinha da raça bulldog francês está doente: "Estou triste porque a nossa filha Infanta Maria, de 13 anos, está com déficit cognitivo canino e tem dias que não lembra da minha cara".

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    Estefano

    Estefano não levou para casa o troféu do primeiro "MasterChef Brasil", mas pode dizer que venceu na vida. "Tudo mudou completamente. Saí da periferia de Santo André, na Grande São Paulo, para os melhores restaurantes", disse ele, que atualmente trabalha como confeiteiro do bistrô Tantar&Co, que tem Erick Jacquin como sócio, e conseguiu comprar um apartamento onde mora com sua família.

    O ex-ajudante de serralheiro faz faculdade de gastronomia, ministra aulas e procura fazer da sua história uma inspiração. "Ajudo pessoas que, assim como eu, tinham a gastronomia como segunda opção. Com cursos a preços populares, todos conseguem ter uma nova profissão".

    A experiência com o vídeo também rendeu frutos. Semanalmente ele apresenta receitas no "Mulheres", na TV Gazeta, ao lado de Cátia Fonseca.

    "Gosto dessa área e digo que quando a câmera sorri para mim eu sorrio de volta para ela", diverte-se. "Graças ao 'MasterChef' consegui ver que eu era capaz. Antes, muita gente falava que eu não era capaz. O programa me trouxe autoconfiança", afirma.

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    Fernando

    O "MasterChef" com participantes amadores ajudou Fernando, que participou da segunda edição, a dar a reviravolta que ele buscava na carreira.

    "Abriu portas para uma coisa que eu queria, que era mudar de ramo. Eu era publicitário, trabalhava com gravadora, e agora, de certa forma, consegui entrar no mundo da gastronomia", disse.

    Fernando mora em Campinas, São Paulo, onde presta consultoria e realiza eventos na área. Mas ele quer mais: "Estou tentando abrir meu próprio restaurante".

    Passados dois anos de sua participação no programa, do qual saiu com status de "vilão" para uns devido à sua personalidade forte, ele avalia a responsabilidade de ter aparecido na TV: "As coisas que a gente fala ou faz têm uma importância maior".