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6 provas de que o SBT não abandonou o politicamente incorreto dos anos 90

SBT tem conteúdo que remete ao passado da TV - Colagem/UOL
SBT tem conteúdo que remete ao passado da TV Imagem: Colagem/UOL

Do UOL, no Rio

27/07/2019 04h00

Assistir à programação do SBT pode dar a sensação de estar vendo TV nos anos 1980 e 1990. Nos programas da emissora de Silvio Santos, ainda é possível encontrar mostras do chamado politicamente incorreto --encarado como algo comum em décadas passadas--, como piadas com o corpo de mulheres e com gays, barracos em plena tarde, xingamentos e afins.

O próprio Silvio Santos não evita polêmicas. Em seu programa de domingo, é comum vê-lo ofender a plateia, constranger convidados e, mais recentemente, apresentar um desfile de meninas de maiô em um concurso de beleza.

O UOL separou exemplos de que a emissora não encontrou um novo formato para entreter nos dias atuais.

  • Reprodução/SBT

    Sempre polêmico

    O Programa Silvio Santos poderia estar no topo se esta lista fosse um ranking. A atração comandada pelo "patrão" é recheada de comentários de gosto para lá de duvidosos.

    No ano passado, o auge da falta de filtro de Silvio foi com Claudia Leitte, em um programa de novembro, em que o apresentador constrangeu a cantora falando que ficaria excitado se a abraçasse por causa de seu vestido.

    Neste ano, das pérolas de Silvio, uma foi dirigida à filha Rebeca Abravanel, em junho, quando perguntou se ela receberia dinheiro para fazer sexo e se o marido, o jogador Pato, a pagou por isso.

    Para a plateia, Silvio sempre direciona comentários pouco gentis, como quando fala do corpo das participantes ou até mesmo as chama de burras, como ocorreu em 21 de julho, com uma participante do jogo de perguntas. "Você é burrinha, vai embora."

  • Reprodução/SBT

    Sexualização infantil

    Hoje não vemos mais na TV crianças dançando "na boquinha da garrafa', da música do grupo Companhia do Pagode, como ocorria nos anos 1990, mas no SBT ainda é possível assistir a crianças cantando e fazendo coreografias de funk, no Programa Raul Gil, além de meninas desfilando de maiô em um concurso de beleza, o Miss Infantil.

  • Reprodução/SBT

    Piada sem graça

    No último dia 18, a edição de A Praça É Nossa mostrou que ainda se fazem, infelizmente, piadas com o corpo das mulheres. O humorista Matheus Ceará elogia o bumbum de uma figurante e diz que ela usava "calça batom porque realça os lábios". Em outro quadro, o humorista Viny Vieira imitava Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, e fez um trocadilho com o nome do roqueiro. "Tomo mundo aqui 'viadinho'."

  • Reprodução/SBT

    Piadas velhas e barracos

    No Programa do Ratinho, humoristas e assistentes de palco também acabam reproduzindo piadas e esquetes cheias de preconceito, como as que são feitas no Teste do DNA --as mulheres são colocadas de forma caricatural, às vezes interpretadas por homens, para levar a plateia e o público de casa aos risos. Em alguns desfechos, o quadro acaba em brigas e baixarias.

  • Reprodução/SBT

    "Traje indecente"

    O Programa do Ratinho também não escapa de piadas antigas e não mais aceitas pelos padrões politicamente corretos. Em um programa no início do mês, por exemplo, Ratinho fala da roupa da assistente de palco Renata Schmidt. "É a indecência em forma de pessoa. Você tem 40 anos, está querendo mostrar o quê?"

  • Reprodução/SBT

    Barracos e xingamentos

    No Casos de Família, comandado pela apresentadora Christina Rocha, tem barracos quase todos os dias. O programa se propõe a levar conciliação para famílias, mas o que geralmente acontece é o contrário. Muitos dos casos trazem dilemas com a sexualidade de parentes e, em algumas situações, até mesmo o programa ironiza a orientação sexual dos participantes, como na imagem acima. O programa ainda contém homens destilando machismo e até tentativas de agressão no palco, de homens contra homens e de mulheres entre si. O sonoro "piii" é colocado quando convidados se exaltam e ofendem participantes com palavrões.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Uma versão anterior do texto informava incorretamente que a música Na Boquinha da Garrafa é do grupo É o Tchan, mas a canção é da Companhia do Pagode. O texto já foi corrigido.